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Estado de Minas

Dilma nega troca de cargos antes de "qualquer processo de votação" na Câmara

Responsável pela articulação política do governo, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva estaria negociando pastas com PR, PSD e PP em troca de apoio ao governo na votação do impeachment


postado em 05/04/2016 11:00 / atualizado em 05/04/2016 11:21

A presidente da República, Dilma Rousseff, chamou de especulações as notícias de que esteja discutindo uma reforma ministerial e voltou a classificar como tentativa de golpe o processo de impeachment em tramitação na Câmara dos Deputados.

"O Planalto não está pretendento qualquer estruturação ministerial antes de qualquer processo de votação na Câmara", disse a presidente. Ao lado do ministro da Defesa, Aldo Rebelo, a petista participou, nesta manhã de terça-feira (5/4), da apresentação do avião cargueiro KC-390. O modelo foi projetado pela Força Aérea Brasileira (FAB) e construído pela Embraer.

Dilma chegou de helicóptero e visitou o interior da aeronave, que substituirá os cargueiros atuais. O governo brasileiro encomendou 28 aviões to tipo KC-390 por R$ 7,2 bilhões. Ele tem capacidade de transportas até 26 toneladas de cargas e pode ser utilizado também em operações de busca, resgate, evacuação transporte de militares, reabastecimento e combate a incêndio.

De acordo com a presidente, o governo não avalia mudança de ministros hoje, mas não descartou trocas depois da votação do impeachment. “Especulações que fazem sobre ministérios, mudanças no governo, são especulações sem base na verdade, sem consulta ao Palácio do Planalto. (...) O governo não está avaliando nenhuma mudança hoje”, disse Dilma. Responsável pela articulação política do governo, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva estaria negociando pastas com PR, PSD e PP em troca de apoio ao governo na votação do impeachment.

A presidente voltou a acusar o processo em concurso na Câmara dos Deputados como uma tentativa de golpe e defendeu que um possível afastamento da Presidência devido às pedaladas fiscais não pacificará o país. “Acham que, ao de tirar um governo legitimamente eleito, esse país vai ficar tranqüilo e virá uma pacificação. Não virá. Quando você rompe um contrato dessa magnitude, que é um contrato base do presidencialismo, 54 milhões de votos, você rompe contratos em geral. Você rompe a base da estrutura democrática do país”, acusou.

A petista também criticou a tramitação de propostas no Congresso, as chamadas "pautas-bomba", que aumentam a instabilidade na economia. “Há uma proposta que é uma pauta bomba de hidrogênio ao transformar a correção da dívida dos estados em juros simples. Eu pergunto, quem consegue empréstimos hoje a juros simples?”


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