Delcídio deveria fazer sua defesa ao colegiado e mais uma vez não deverá comparecer, amparado por mais um atestado médico.“A comissão poderá ouvi-lo, ou não, e eu vou propor dispensarmos a presença dele. Vamos julgá-lo em cima do que temos, temos dez dias para apesentar o relatório”, afirmou o relator.
Segundo o senador, o prazo leva em conta dias úteis, e passa a contar a partir desta quinta-feira. A proposta de Telmário – que deverá ser votada – é que o relatório seja feito com base na defesa preliminar já entregue ao Conselho de Ética pelo senador.
Novo atestado
A assessoria de Delcídio informou que nessa segunda-feira (4), o senador foi internado no Hospital Sírio Libanês, na capital paulista, onde será submetido hoje a duas intervenções cirúrgicas, uma de retirada da vesícula e outra de pólipos no intestino.
Para o relator Telmário Mota, está claro que Delcídio está fazendo tudo para protelar sua defesa e ganhar tempo. “Além da defesa presencial, já oferecemos a ele fazer a defesa por escrito ou a uma comissão que poderia ir até ele. Há ainda a possibilidade de ser por videoconferência, o que, das quatro opções, é a que está prevista no Código Penal para quem está enfermo”, destacou. O relator disse que nem o senador nem seus advogados responderam as alternativas.
Oficialmente, até o fechamento desta reportagem, a Secretaria-Geral da Mesa (SGR) do Senado e o Conselho de Ética ainda não haviam recebido nenhum novo atestado de Delcídio. O último apresentado, que tinha validade de 15 dias, termina amanhã (6). Por enquanto, a SGR diz que houve apenas um comunicado da defesa do senador, que não tem nenhum valor legal, informando sobre a cirurgia. O novo atestado será o quarto apresentado pelo senador à Casa e o terceiro ao Conselho de Ética. Os senadores cobram que Delcídio seja avaliado por uma junta médica.
Testemunhas
Em sua última reunião, na semana passada, o Conselho de Ética desistiu de ouvir como testemunhas do caso o ex-chefe de gabinete do senador, Diogo Ferreira, o advogado Edson Ribeiro e Bernardo Cerveró. Bernardo foi quem gravou a conversa com o senador, onde ele sugeria um plano de fuga e ajuda financeira ao ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró, em troca dele não fazer acordo de delação premiada na Operação Lava Jato.