Na entrevista, a presidente disse ainda que não vai fazer nenhuma reforma ministerial antes da votação do pedido de impeachment contra ela no plenário da Câmara dos Deputados. "O Palácio do Planalto não pretende qualquer reestruturação antes de qualquer votação na Câmara. Especulações sobre ministérios, sobre mudanças no governo, são absolutamente especulações. Sem base de verdade", afirmou Dilma, que descartou ainda a possibilidade de o Ministério da Educação entrar nas negociações por cargos. "O MEC não está em questão".
Para a presidente Dilma, estas "especulações" são "extremamente nocivas" e criam "instabilidade" e é uma forma de "transformar factoide em realidade".
A presidente reiterou seu "otimismo" em relação ao resultado da votação do processo de impeachment contra ela, no Congresso. "Sou uma pessoa que luta. Tenho o otimismo dos que lutam", desabafou ela, demonstrando confiança de que derrubará o processo no Plenário.
PT
Dilma discordou ainda de notícias divulgadas na imprensa de que o PT teria sido o partido que mais perdeu prefeitos por causa das denúncias. Segundo ela, na Câmara, por exemplo, isso não é verdade, porque o PT se manteve estável. "Eu não acho que tenha uma avaliação perfeita de quem perdeu o quê. Isso só vai ser provado depois", comentou. Dilma reiterou ainda que a ação do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), em apressar o processo de impeachment contra ela, "é uma vingança". "Vocês mesmos noticiaram isso", disse ela, sugerindo que os jornalistas procurassem o que publicaram sobre o assunto.
Segundo ela, propostas como essa são inconsistentes e aqueles que apostam no quanto pior melhor criam situação difícil para o País. "É público e notório que existe um vaso comunicante entre a economia e a política. É público e notório que há no Brasil o pessoal que torce para o quanto pior melhor. O quanto pior para nós todos, para a população brasileira, quanto melhor para eles, que querem o poder. Que querem encurtar o caminho para o poder", afirmou.
Defesa
Dilma elogiou ainda a defesa feita pelo ministro da Advocacia-Geral da União, José Eduardo Cardozo, em relação ao seu mandato, na comissão especial que avalia o impeachment na Câmara.
Acho que qualquer tentativa de transformar isso em motivo de impeachment é golpe. É golpe porque não tem base legal. Foi de forma, eu acho que, inequívoca, e circunstanciada demonstrada pelo ministro José Eduardo Cardozo"..