Membro titular da comissão especial do impeachment, Maluf disse que, se ficarem comprovadas as ofertas ao PP, mudará seu voto e defenderá o afastamento da petista.
Dizendo-se "não comercializável", Maluf demonstrou indignação com as denúncias de negociação entre governo e os atuais aliados PP, PR e PSD.
Maluf disse acreditar que Dilma é uma pessoa correta, honesta e que não merece o impeachment. "Eu já sofri muito na vida pública, injustiças, portanto eu não posso cometer uma injustiça contra uma pessoa correta", alegou. O deputado disse que pode mudar sua opinião sobre o afastamento de Dilma se comprovar que houve oferta de cargos para deputados. "A única maneira de mostra que eu não recebi, não recebo e não receberei cargos é votando pelo impeachment", declarou.
A decisão, no entanto, ainda não foi tomada. "Estou investigando e vou investigar membros do meu partido". Ele se considera liberado para votar no processo de acordo com sua consciência.
Para esta quarta-feira, dia 6, está marcada a votação sobre o desembarque ou não do PP do governo.
PP no governo
O Palácio do Planalto vem sinalizando nos últimos dias que está disposto a ampliar o espaço do PP no governo. Apesar de ter afirmado que só fará reestruturação na Esplanada dos Ministérios após a votação do impeachment na Câmara, na terça-feira a presidente Dilma entregou a diretoria-geral do Departamento Nacional de Obras Contra as Secas (Dnocs) para Antonio Iran Costa Magalhães, nome ligado ao deputado Macedo (CE), recém-filiado ao PP, após deixar o PSL. Oficialmente, o PP afirma que a nomeação do Dnocs faz parte de uma "dívida antiga" da presidente com a sigla.
Além da diretoria-geral do Dnocs, a cúpula do PP espera, para os próximos dias, mais nomeações para o segundo escalão do governo, principalmente para o Banco do Nordeste (BNB) e para a Companhia de Desenvolvimento do Vale do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf)..