De acordo com os deputados, o ministro do STF disse não ver problema no depoimento dos investigados pela Lava-Jato.
Em audiência com o ministro no início da tarde desta quarta-feira, os parlamentares pediram o compartilhamento dos documentos existentes no STF sobre as contas na Suíça que têm Cunha como beneficiário e também manifestaram a vontade de ouvir os colaboradores da Operação Lava-Jato que têm conexão com a investigação.
A intenção dos parlamentares é apresentar um pedido formal ao STF para que Teori formalize a posição em um despacho. "Ele não opôs nenhuma restrição à oitiva dessas testemunhas, apenas deixou isso a cargo do Conselho. Na provocação, ele vai deferir o pedido", disse o relator do processo disciplinar, deputado Marcos Rogério.
Na terça-feira, a defesa do presidente da Câmara protocolou no Conselho de Ética um pedido para que as oito testemunhas investigadas na Operação Lava-Jato e que foram arroladas no processo por quebra de decoro parlamentar não sejam ouvidas pelo colegiado. "Ele está recorrendo de tudo o que pode, para impedir o processo. Se fizer um paralelo entre o impeachment e o processo dele no Conselho de Ética, vê a velocidade de um e a velocidade de outro. Nós levamos quatro meses para fazer a admissibilidade.
O Conselho de Ética tem previsão de ouvir nesta quinta-feira a testemunha Leonardo Meirelles, ligada ao doleiro Alberto Youssef. Até agora, no entanto, segundo os parlamentares, a Câmara não autorizou a compra de passagem aérea para ouvir o depoimento dele.
"Há um propósito claro de dificuldades impostas pelo presidente (Cunha). Tem oito dias que eu pedi a passagem para que a testemunha venha amanhã e até hoje não respondeu nem que sim, nem que não. Há um silêncio. E o silêncio pra mim funciona como negativa. Mas isso não vai impedir que amanhã tenha o depoimento", disse o presidente do Conselho, deputado José Carlos Araújo. De acordo com Araújo, Leonardo Meirelles sugeriu pagar a própria passagem, caso a Câmara não arque com a viagem..