Oposição faz agenda pró-impeachment

Oposição define manifestações para acompanhar votação do afastamento de Dilma na Câmara e julgamento no Supremo Tribunal Federal da ação que barra a posse de Lula na Casa Civil

Estado de Minas

"No domingo de manhã, vamos fazer um ato no gramado com mil crianças e simular a votação do impeachment" - Paulo Pereira da Silva (SD-SP), deputado federal - Foto: Lúcio Bernardo Jr./Agência Câmara


Brasília - Deputados da oposição montaram um calendário de mobilização para pressionar os deputados a aprovarem o impeachment da presidente Dilma Rousseff na Câmara. O objetivo é mobilizar as ruas para a votação no dia da comissão do impeachment e, principalmente, nos dias de votação no plenário. A mobilização incluirá uma simulação de votação com mil crianças representando os deputados em frente ao Congresso, atos sindicais e a manifestação nos dias da votação na comissão especial do impeachment e no plenário da Câmara, segundo o deputado Paulo Pereira da Silva (SD-SP), o Paulinho da Força Sindical. “No domingo de manhã, vamos fazer um ato no gramado com mil crianças da periferia de Brasília que representarão os 513 deputados. Vamos simular a votação do impeachment com as crianças. Quem está organizando isso são os movimentos sociais”, afirmou Paulinho.

Na quinta-feira, dia 14, será feita mobilização em frente ao Supremo Tribunal Federal (STF) para acompanhar o julgamento das ações contra a posse do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva como ministro da Casa Civil. Na sexta-feira, em São Paulo, está marcado um ato no Sindicato dos Trabalhadores da Construção Civil com a participação de trabalhadores e representantes da oposição. De acordo com Paulinho, a estimativa é levar 500 mil pessoas pró-impeachment no gramado em frente ao Congresso e os apoiadores de Dilma ficariam em frente ao Palácio do Planalto.

A Força Sindical e outros sindicatos querem colocar um telão para transmitir a votação em plenário.
Segundo Paulinho, a intenção é também colocar um telão na Câmara, que mostre a movimentação de fora do Congresso aos deputados que irão votar e que isso está sendo acertado com o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ).

MANIFESTO DE APOIO A DILMA

Cinco importantes personalidades do meio artístico e intelectual do país divulgaram manifesto ontem a favor da permanência da presidente Dilma Rousseff no cargo. Assinado por Chico Buarque, Leonardo Boff, Wagner Moura, Fernando Morais e Eric Nepomuceno, o texto convoca para um ato em defesa da democracia no Rio de Janeiro, na próxima segunda-feira, dia em que está prevista a votação do processo de afastamento da presidente na comissão do impeachment da Câmara. O ex-presidente Lula participará da manifestação. “Defendemos e defenderemos, sempre, o direito à crítica, por mais contundente que seja, ao governo – a este e a qualquer outro. Mas, acima de tudo, defendemos e defenderemos a democracia reconquistada. Uma democracia, vale reiterar, que precisa avançar, e muito. Que não seja apenas o direito de votar, mas de participar, abranger, enfim, uma democracia completa, sem fim. Em que cada um possa reivindicar o direito à terra, ao meio ambiente, à vida. À dignidade. Ela custou muita luta, sacrifício e vidas. Custou esperanças e desesperanças”, diz o texto, publicado por Fernando Morais em seu perfil no Facebook.

Sem mencionar a presidente Dilma, os autores do manifesto citam sua diversidade de “opções ideológicas, políticas e eleitorais”, mas ressaltam que a “defesa da democracia”, o “respeito à vontade da maioria e à diversidade de opiniões” os une. Apesar de reconhecer que o processo de impeachment está previsto na Constituição, eles argumentam que, “sem base alguma’, constitui um “golpe de Estado”.

 

.