Meirelles faz parte do rol de testemunhas sugeridas pelo PSOL e Rede, partidos que apresentaram a representação contra o peemedebista no colegiado em outubro do ano passado, e que devem ser ouvidas na fase de instrução probatória (coleta de provas e depoimentos) do processo de Cunha.
O doleiro diz ter provas de que o lobista Júlio Camargo transferiu pelo menos US$ 5 milhões em propina para uma conta secreta de Cunha na Suíça. O dinheiro seria pagamento pelo peemedebista ter ajudado empresas coreanas e japonesas a fecharem contratos de navios sonda com a Petrobras em 2006 e 2007. O presidente da Câmara nega.
Nesta Quarta-feira 6, em mais uma ação para tentar adiar a análise do processo, que se arrasta há mais de cinco meses, a defesa de Cunha ingressou com recurso no Supremo Tribunal Federal (STF) para tentar impedir a oitiva de delatores da Operação Lava Jato arrolados como testemunhas, entre Meirelles.
Advogados de Cunha sustentam que os delatores não podem contribuir com o objeto central do processo que analisa se o presidente da Câmara quebrou o decoro parlamentar ao, segundo a representação, mentir na CPI da Petrobrás dizendo que não possuía contas secretas no exterior. Afirmam ainda que os delatores querem se "beneficiar" dos depoimentos.
Depois da fase da instrução, o relator terá até 10 sessões para apresentar seu parecer sugerindo uma punição a Cunha, que poderá ser o pedido de cassação. Se aprovado pelo Conselho de Ética, o relatório seguirá para o plenário da Câmara, onde deverá ser votado. Caso seja rejeitado, o processo será arquivado.
Acusação
Cunha é alvo de processo no Conselho de Ética sob acusação de ter mentido que não tinha contas secretas no exterior durante depoimento à CPI da Petrobras na Câmara em 2015. Investigações da Operação Lava-Jato, contudo, apontam que o peemedebista possui contas na Suíça que foram supostamente abastecidas por recursos desviados da petrolífera.
A defesa afirma que Cunha não tem contas no exterior em seu nome, mas, sim, offshores.