"Prefiro não comentar porque talvez eu não colabore com a unidade que mais do que nunca está sendo cobrada pela nossa militância", disse Renan na entrada do seu gabinete em resposta a questionamento da reportagem.
Próximo a Jucá, o peemedebista repetiu o argumento de que tenta se preservar para não comentar decisões partidárias por ser presidente do Congresso.
Eunício Oliveira (CE), que também é tesoureiro do PMDB e ligado ao presidente em exercício do partido, disse que a legenda não tem tradição de expulsar filiados. "Ninguém engessa consciência", avaliou ele, ao fazer questão de ressaltar que não se referia diretamente à decisão de Jucá.
O líder partidário destacou que, caso o pedido de impeachment da presidente Dilma Rousseff chegue ao Senado, vai reunir a bancada para firmar uma posição sem, entretanto, punir quem eventualmente discordar da tendência majoritária dos senadores peemedebistas. "Vou encaminhar pela vontade da maioria e respeito a vontade dos que divergem", disse.
Outro senador do PMDB disse, reservadamente, que a decisão de Jucá tem por objetivo criar uma pressão política de quem ocupa os cargos do que efetivar uma expulsão do partido às vésperas do julgamento sobre o afastamento da presidente. Esse parlamentar acredita que a medida forçará os seis ministros da legenda que estão na Esplanada a deixarem em breve os postos.
Além de Kátia e Pansera, são integrantes do PMDB que estão no primeiro escalão do governo Marcelo Castro (Saúde), Eduardo Braga (Minas e Energia), Helder Barbalho (Portos) e Mauro Lopes (Aviação Civil) - já alvo de processo na Comissão de Ética do PMDB por ter descumprido uma moção aprovada na convenção partidária aprovada no dia 12 de março que proibiu peemedebistas de assumirem cargos no governo federal.
Dos sete ministros do PMDB, apenas o titular do Turismo e aliado de Temer Henrique Eduardo Alves deixou o cargo na véspera da decisão da direção partidária da semana passada que determinou a entrega imediata dos postos de pessoas vinculadas ao partido na gestão Dilma..