Brasília - A dois dias da votação na comissão do impeachment da presidente Dilma Rousseff, a oposição já conseguiu maioria para aprovar no colegiado o parecer pelo afastamento da petista. Levantamento feito pelo Estado de Minas/Correio Braziliense mostra que, dos 65 titulares, pelo menos 34 são favoráveis à destituição de Dilma, um voto a mais do que os 33 necessários para aprovar o relatório do deputado Jovair Arantes (PTB-GO). Até segunda-feira, porém, o placar pode mudar. Há a expectativa de que alguns faltem, o que foi alvo de polêmica na sessão de ontem, que se estendeu durante a madrugada e não havia sido encerrada até o fechamento desta edição.
Independentemente do resultado, o texto precisa ainda ser analisado pelo plenário, onde precisa de 342 votos para que o processo siga para o Senado. A comissão retoma os trabalhos na segunda-feira, quando ocorrerá a votação. Há ao menos quatro partidos com divisões internas: PMDB, PP, PR e PSD. O governo tenta angariar votos dessas siglas. Em meio à “repactuação”, o Planalto negocia ministérios, que podem ser entregues após a votação do impeachment no plenário. Segundo o levantamento que levou em conta parlamentares que já declararam o voto abertamente ou falaram com a reportagem, 33 deputados acompanham o relator. Outros 20 são contrários e 11 se dizem indecisos. Por ora, a maioria na comissão não se reflete nas diversas listas de previsão feitas por partidos no plenário. Governistas apontam 120 contra o afastamento e 265 a favor. Haveria pelo menos 106 votos garantidos do núcleo duro contrário ao impeachment.
Com oito nomes na comissão, o PMDB contabiliza dois votos pró-Dilma e quatro contra. Entre os indecisos, o deputado Washington Reis (RJ) tem dito a colegas que votará com o relator, apesar de ser aliado do líder Leonardo Picciani (RJ), próximo ao Planalto. Pré-candidato a prefeito de Duque de Caxias, Reis tem sofrido pressão dos eleitores. Ele cogitou inclusive encomendar uma pesquisa de opinião aos possíveis eleitores sobre o impeachment. Valtenir Pereira (MT), por outro lado, deve acompanhar Picciani. O líder do PP, deputado Aguinaldo Ribeiro (PB), não antecipou o voto. Três correligionários se posicionaram a favor da deposição e o deputado Roberto Brito (BA), contra. Embora rachado, a sigla decidiu permanecer na base.
No PR, o líder Maurício Quintella Lessa (MG) conversará com a bancada no fim de semana, mas o partido não fechará questão. Dois deputados da legenda na comissão votarão contra o impeachment. Quintella não declarou a posição. Édio Lopes seguirá a orientação partidária, a ser definida até segunda-feira. Partido do presidente da comissão, Rogério Rosso (DF), o PSD tem um integrante de cada lado. Rosso ainda não decidiu se votará na comissão, embora não haja impedimento técnico. A tendência é que se manifeste apenas em plenário. O quarto integrante da sigla no colegiado, deputado Julio César (PI), pode faltar na segunda-feira.
RITO DA VOTAÇÃO
Em resposta a uma questão de ordem apresentada pelo deputado Paulo Magalhães (PSD-BA), o presidente do colegiado, deputado Rogério Rosso (PSD-DF), decidiu que, no fim da discussão, a Advocacia-Geral da União (AGU) terá 15 minutos para uma nova defesa de Dilma. A ida do titular da pasta, José Eduardo Cardozo, está confirmada. Rosso também definiu ainda que, na ausência de titulares, votarão os suplentes do bloco formado na comissão de acordo com a ordem de chegada, o que pode mudar o placar.
Oposicionistas acusaram o governo de pressionar integrantes para faltarem à votação. “Ou ele está com atestado de óbito ou tem que comparecer aqui. A gente não pode tolerar artimanhas, pressão do governo para inviabilizar a votação do impeachment”, afirmou o deputado Mendonça Filho (DEM-PE). O deputado Alex Manente (PPS-SP) chegou a apresentar questão de ordem para que fosse adotada votação nominal, por ordem alfabética, a fim de constranger os ausentes.
O procedimento é o mesmo que o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ) adotará em plenário. Rosso responderá ao pedido na segunda-feira, mas deve negá-lo, uma vez que o objetivo é encerrar a votação até as 19h. Pelo menos um deputado, Julio Cesar (PSD-PI), revelou a intenção de faltar. “Eu nem queria ser titular na comissão. Estou avaliando. Existe a possibilidade de eu faltar e um suplente votar no meu lugar”, disse.
Ao longo da tarde e da noite de ontem, governistas e oposicionistas se revesaram em argumentos tanto jurídicos quanto políticos sobre o afastamento. “Não há pedalada fiscal. . O que existe é pedalada jurídica para justificar o injustificável. O impeachment ilegal é contra a democracia”, disse o deputado Pepe Vargas (PT-RS). Líder do PDT, Weverton Rocha (MA) chegou a apresentar um voto em separado, contrário ao afastamento de Dilma. Já Benito Gama (PTB-BA) afirmou que o país vive uma “degradação em todos os sentidos”. “Estamos sendo levados para o caos, não somente nacional, mas internacional”, disse. Um dos dois principais argumentos do voto de Jovair Arantes (PTB-GO), as pedaladas são atrasos de repasses da União a bancos públicos. O relator entende que o mecanismo constituiu operação de crédito, acusação negada pelo governo.
Independentemente do resultado, o texto precisa ainda ser analisado pelo plenário, onde precisa de 342 votos para que o processo siga para o Senado. A comissão retoma os trabalhos na segunda-feira, quando ocorrerá a votação. Há ao menos quatro partidos com divisões internas: PMDB, PP, PR e PSD. O governo tenta angariar votos dessas siglas. Em meio à “repactuação”, o Planalto negocia ministérios, que podem ser entregues após a votação do impeachment no plenário. Segundo o levantamento que levou em conta parlamentares que já declararam o voto abertamente ou falaram com a reportagem, 33 deputados acompanham o relator. Outros 20 são contrários e 11 se dizem indecisos. Por ora, a maioria na comissão não se reflete nas diversas listas de previsão feitas por partidos no plenário. Governistas apontam 120 contra o afastamento e 265 a favor. Haveria pelo menos 106 votos garantidos do núcleo duro contrário ao impeachment.
Com oito nomes na comissão, o PMDB contabiliza dois votos pró-Dilma e quatro contra. Entre os indecisos, o deputado Washington Reis (RJ) tem dito a colegas que votará com o relator, apesar de ser aliado do líder Leonardo Picciani (RJ), próximo ao Planalto. Pré-candidato a prefeito de Duque de Caxias, Reis tem sofrido pressão dos eleitores. Ele cogitou inclusive encomendar uma pesquisa de opinião aos possíveis eleitores sobre o impeachment. Valtenir Pereira (MT), por outro lado, deve acompanhar Picciani. O líder do PP, deputado Aguinaldo Ribeiro (PB), não antecipou o voto. Três correligionários se posicionaram a favor da deposição e o deputado Roberto Brito (BA), contra. Embora rachado, a sigla decidiu permanecer na base.
No PR, o líder Maurício Quintella Lessa (MG) conversará com a bancada no fim de semana, mas o partido não fechará questão. Dois deputados da legenda na comissão votarão contra o impeachment. Quintella não declarou a posição. Édio Lopes seguirá a orientação partidária, a ser definida até segunda-feira. Partido do presidente da comissão, Rogério Rosso (DF), o PSD tem um integrante de cada lado. Rosso ainda não decidiu se votará na comissão, embora não haja impedimento técnico. A tendência é que se manifeste apenas em plenário. O quarto integrante da sigla no colegiado, deputado Julio César (PI), pode faltar na segunda-feira.
RITO DA VOTAÇÃO
Em resposta a uma questão de ordem apresentada pelo deputado Paulo Magalhães (PSD-BA), o presidente do colegiado, deputado Rogério Rosso (PSD-DF), decidiu que, no fim da discussão, a Advocacia-Geral da União (AGU) terá 15 minutos para uma nova defesa de Dilma. A ida do titular da pasta, José Eduardo Cardozo, está confirmada. Rosso também definiu ainda que, na ausência de titulares, votarão os suplentes do bloco formado na comissão de acordo com a ordem de chegada, o que pode mudar o placar.
Oposicionistas acusaram o governo de pressionar integrantes para faltarem à votação. “Ou ele está com atestado de óbito ou tem que comparecer aqui. A gente não pode tolerar artimanhas, pressão do governo para inviabilizar a votação do impeachment”, afirmou o deputado Mendonça Filho (DEM-PE). O deputado Alex Manente (PPS-SP) chegou a apresentar questão de ordem para que fosse adotada votação nominal, por ordem alfabética, a fim de constranger os ausentes.
O procedimento é o mesmo que o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ) adotará em plenário. Rosso responderá ao pedido na segunda-feira, mas deve negá-lo, uma vez que o objetivo é encerrar a votação até as 19h. Pelo menos um deputado, Julio Cesar (PSD-PI), revelou a intenção de faltar. “Eu nem queria ser titular na comissão. Estou avaliando. Existe a possibilidade de eu faltar e um suplente votar no meu lugar”, disse.
Ao longo da tarde e da noite de ontem, governistas e oposicionistas se revesaram em argumentos tanto jurídicos quanto políticos sobre o afastamento. “Não há pedalada fiscal. . O que existe é pedalada jurídica para justificar o injustificável. O impeachment ilegal é contra a democracia”, disse o deputado Pepe Vargas (PT-RS). Líder do PDT, Weverton Rocha (MA) chegou a apresentar um voto em separado, contrário ao afastamento de Dilma. Já Benito Gama (PTB-BA) afirmou que o país vive uma “degradação em todos os sentidos”. “Estamos sendo levados para o caos, não somente nacional, mas internacional”, disse. Um dos dois principais argumentos do voto de Jovair Arantes (PTB-GO), as pedaladas são atrasos de repasses da União a bancos públicos. O relator entende que o mecanismo constituiu operação de crédito, acusação negada pelo governo.