Maluf migrou nos últimos dias de uma posição contra o impeachment para uma posição indefinida e, depois, para uma favorável. Além dele, o governo vai passar o fim de semana empenhado em conseguir mais votos para derrubar o relatório. Há 65 votantes na comissão. Segundo o Placar do Impeachment do Estado, até as 20h30 de ontem, 35 deputados do colegiado são a favor do impeachment. Na quarta-feira, o relator Jovair Arantes (PTB-GO) apresentou parecer favorável ao processo de impedimento.
Ontem, a tropa de choque do governo - os ministros Ricardo Berzoini e Jaques Wagner e o assessor especial da Presidência Giles Azevedo - se reuniu para fazer esta contabilidade. O governo recomendou aos líderes que continuem investindo nos parlamentares para mostrar que argumentos para tentar afastar Dilma são "totalmente políticos", "sem base na realidade" e "indefensáveis".
O debate na comissão começou ontem em uma sessão amena que se estenderia até a madrugada de hoje, uma vez que 116 deputados - entre membros e não membros - se inscreveram para defender ou rechaçar o pedido de afastamento da presidente. Até a 1h30 de hoje, após dez horas de sessão, 37 inscritos haviam falado, nenhum do PP ou do PR, partidos que negociam sua permanência na base.
'Barbárie'. Integrante da comissão, o deputado Wadih Damous (PT-RJ) disse que, se o afastamento for aprovado, haverá cenário de "barbárie". "Barbárie é o que vão implantar aqui se esse golpe se perpetrar", disse. A declaração gerou um princípio de tumulto, interrompendo seu discurso. O deputado Eduardo Bolsonaro (PSC-SP) chegou a perguntar se o colega estava fazendo uma ameaça. Damous retomou seu discurso após a intervenção do presidente do colegiado, Rogério Rosso (PSD-DF). O petista chamou o relatório de Jovair Arantes de "imprestável".