Mulheres vão à Praça Sete em defesa de Dilma e da democracia

Em ato que durou cerca de duas horas, elas queimaram sutiã e gritaram palavras de ordem contra o impeachment da presidente e o machismo

Juliana Cipriani
Um grupo de mulheres ocupou a Praça Sete, no Centro de Belo Horizonte, neste domingo pela manhã para se manifestar contra o impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT).
Entre as 10h e o meio-dia, elas cantaram, fizeram cirandas, queimaram sutiãs e até teceram uma colcha de retalhos com palavras de ordem contra o machismo e sobre o momento político vivido no país. Até o dia 17 de abril, quando está prevista a votação do impeachment da petista na Câmara dos Deputados, elas prometem fazer novos atos

“É uma manifestação contra o golpe e o machismo e a misogenia. A presidente Dilma vem sendo atacada de forma muito machista e agressiva”, definiu uma das organizadoras, a atriz e professora Iolene di Stéfano, do coletivo de mulheres do PCdoB.

Segundo Iolene, o ato é em favor da democracia, para que Dilma cumpra seu mandato até o final de 2018. Compareceram mulheres de vários coletivos, como música, tetro, feministas, artistas, professoras e políticas. Um dos motes do protesto foi o repúdio à reportagem de capa da revista Istoé, que falou em supostos ataques de fúria da presidente. As mulheres trouxeram cartazes com dizeres como “mulheres pela democracia”, “estamos com Dilma” e “menos 64 e mais 69”.


A produtora cultural Irlana Cassini reclamou do tratamento dado à presidente pelo fato de ela ser mulher. “A gente entende que pelo fato de ela ser mulher as coisas se direcionam de forma diferente. Neste momento estamos do lado da resistência. O ato foi para marcar o papel da mulher, vamos ocupar as ruas e lutar pela democracia”, afirmou. .