Parlamentares da oposição gritaram palavras contra a presidente Dilma Rousseff e o governo. Membros da base aliada responderam gritando "não vai ter golpe".
"É natural o debate acalorado, mas não é normal o desrespeito à fala do advogado-geral da União", disse o deputado Rogério Rosso (PSD-DF), presidente da Comissão, pedindo silêncio aos presentes.
Rosso também negou pedido de membros da oposição para que o relator Jovair Arantes, citado por Cardozo, voltasse a falar. "Não haverá tréplica do relator", confirmou o presidente do colegiado.
Ao retomar seu discurso, Cardozo disse que, em caso de dúvidas, "deve-se investigar, e não abrir um processo que pode levar ao afastamento da presidente Dilma". "O que querem é o impeachment. Pouco importa se estão rasgando a Constituição", afirmou.
"Defendo que o relatório não expressa condições de aceitabilidade contra a presidente legitimamente eleita. Defendo que o processo foi instaurado por desvio de poder por meio de mão invisível ou talvez visível, que faz com que processos andem rápido e outros não", afirmou. "Defendo que num país marcado pela corrupção, uma presidente não pode ser afastada por uma questão contábil que era aceita pelos tribunais".
"Defendo a nulidade do processo", finalizou Cardozo.
Após o final da defesa do advogado-geral, os parlamentares voltaram a usar palavras de ordem. Os deputados da oposição iniciaram um coro gritando "impeachment" e os da base do governo voltaram a gritar "não vai ter golpe".
As discussões seguem na comissão, com deputados esclarecendo dúvidas sobre as regras da sessão e a votação do parecer. Rogério Rosso afirmou que não irá interromper a sessão para almoço..