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Estado de Minas

PF desarticula esquema de corrupção na Prefeitura de Governador Valadares


postado em 12/04/2016 06:00 / atualizado em 12/04/2016 07:44

A Polícia Federal, o Ministério Público Federal e a Controladoria-Geral da União (CGU) deflagraram ontem a Operação Mar de lama, para desarticular um esquema de corrupção na Prefeitura e no Serviço Autônomo de Água e Esgoto (SAAE) de Governador Valadare, no Leste de Minas, para desvio de verbas federais para reparar danos da enchente na cidade no fim de 2013. Foram presas temporariamente oito pessoas, entre empresários e servidores públicos, e cumpridos 63 mandados de busca e apreensão. A Justiça determinou o afastamento de oito vereadores por suspeita de aprovar projetos para favorecer o esquema em troca de vantagens. Ao todo, 20 agentes públicos foram afastados de suas funções por suspeita de participação nas fraudes em licitações que incluem 11 contratos que somam R$ 1,5 bilhão. Segundo as investigações, apenas 20% desse montante foram aplicados nas obras previstas. Entre os detidos estão Omir Quintino Soares, diretor-geral do SAAE de Valadares, Vilmar Rios Dias Junior, diretor-adjunto do órgão municipal, um ex-secretário municipal e empresários. Eles tiveram prisão temporária decretada por cinco dias. Pela mesma suspeita, foi determinado o afastamento do procurador-geral do município e de três secretários municipais de Valadares.

A prefeitura divulgou nota informando que toda sua “estrutura pública está à disposição dos agentes e todas as informações estão sendo disponibilizadas conforme solicitação. E que “não é possível se pronunciar antes que a Polícia Federal apresente informações exatas do conteúdo investigado”. Em dezembro de 2013, Valadares foi castigada por fortes chuvas e a enchente no Rio Doce arrasou o município. Com isso, foi decretado estado de emergência, visando à captação de recursos junto ao Ministério da Integração Nacional.

Segundo o delegado federal Cristiano Campidelli, por meio de licitações fraudulentas foram contratados serviços de reparação dos danos das chuvas, tais como desobstrução de rios, limpeza de ruas e outros serviços. Segundo ele, inicialmente, foram investigados dois contratos vencidos por uma empresa, que recebeu quase R$ 4 milhões. “A empresa não tinha sede física ou funcionários. Ela só tinha um capital social de apenas R$ 80 mil, não tinha máquinas ou equipamentos especiais que eram exigidos para que ela pudesse concorrer. O objeto social dela nem sequer constava o tipo de serviço para o qual ela foi contratada e  mesmo assim ela foi contratada”, disse Campidelli.

AFASTAMENTO
O juiz Tarsis Augusto de Santana Lima, da Segunda Vara Federal de Valadares, determinou o afastamento de oito vereadores e a convocação imediata dos seus suplentes, devido à suspeita de favorecimento à quadrilha investigada por fraudes em licitações para os serviços de reparos de danos das chuvas na cidade. De acordo com a PF, os vereadores são suspeitos de agilizar a aprovação de projetos de interesse da organização criminosa em troca do recebimento de vantagens.

 

 


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