Brasília - O presidente nacional do PT, Rui Falcão, defendeu nessa segunda-feira, 11, a criação de um novo programa "econômico-social" para ser lançando pelo governo, caso a presidente Dilma Rousseff mantenha o mandato, após o processo de impeachment.
"Um novo programa econômico-social, com foco no emprego, na distribuição de renda, no investimento em infraestrutura, na melhoria dos serviços públicos e na reforma tributária - eis o que o nosso governo deveria apresentar ao país, logo após o pós-impeachment, ou seja, depois de vencermos o golpe em andamento no Congresso", diz Falcão, em artigo publicado na página do partido na internet.
O posicionamento de Falcão é igual ao do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Para este, a crise econômica é o principal motivo dos problemas enfrentados pelo governo no Congresso. Falcão defendeu ainda a retomada do "debate sobre a reforma política".
O foco de possíveis mudanças na economia pós-impeachment deverá ser a classe média e classe média baixa. Para isso, o ex-presidente quer retomar a ideia de "dinamizar a economia" com a facilitação da liberação de crédito. Inicialmente, líderes da legenda defendiam mexer com um terço das reservas internacionais. Nas conversas da última semana, Lula avança nesta proposta e tem defendido o uso de dois terços.
As mudanças defendidas por ele tem tido, contudo, resistência do ministro da Fazenda, Nelson Barbosa, que afirma acreditar que o uso das reservas pode passar uma imagem ruim para os investidores estrangeiros. Apesar de possíveis relutâncias no do Palácio do Planalto, o sentimento é de que, se não houver uma guinada conduzida por Lula, ele e a agremiação vai "sangrar" até a próxima eleição de 2018, podendo não ter forças para manter o projeto de poder em curso desde 2001.
No comunicado, o presidente nacional do PT também trata da possibilidade da divulgação de uma nova carta aos brasileiros como a que foi publicada pelo ex-presidente em 2002, para tentar acalmar o mercado financeiro, contrário à candidatura presidencial do partido.
Ele também convoca a militância para se manter mobilizada nos dias que antecedem a votação do impeachment no plenário da Câmara. "Esta é uma semana decisiva, com inúmeras manifestações já programadas." Falcão citou em seguida a manifestação de ontem no Rio e " jornadas do dia 15" no país.