Cunha também confirmou que o documento começará a ser discutido no plenário da Casa na próxima sexta-feira, 15.
"Resultado não tem que achar nada, resultado é resultado. Pelo que vocês falavam na imprensa era (esperado)", afirmou. "Não tem nenhuma surpresa até agora", emendou após insistência dos jornalistas sobre a opinião dele.
O parecer favorável ao impedimento da presidente Dilma Rousseff foi aprovado por volta das 20h30 desta segunda-feira por 38 votos a 27. Não houve nenhuma abstenção. Dez partidos votaram a favor do parecer de Jovair e 10, contra. Outros quatro siglas liberaram o voto da bancada.
Procedimentos
O presidente da Câmara explicou que o parecer será lido na sessão plenária desta terça-feira, 12, a partir das 14 horas, o que deve tomar toda a sessão. A partir de então, o documento será publicado no Diário Oficial da Câmara na quarta-feira, 13, e votação começará na sexta-feira, 15.
Cunha explicou que, no início da discussão, abrirá espaço para que os juristas que elaboraram o pedido de impeachment (Hélio Bicudo, Miguel Reale e Janaína Paschoal) e a defesa de Dilma falem no plenário.
O peemedebista disse que passou todo o dia de hoje "formatando" os procedimentos da votação, que serão repassados para líderes partidários durante reunião marcada para esta quarta-feira. "Vamos cumprir rigorosamente a lei", disse.
Ele afirmou que dará até um hora para que até cinco representantes de cada partido falem - diferente do que ocorreu no processo de impeachment do ex-presidente Fernando Collor de Melo, quando houve acordo para reduzir o número de falas.
Ausentes
Cunha confirmou que a ausência dos deputados será ressaltada por ele em plenário e que os ausentes serão chamados uma segunda vez. "Cada um arcará com o ônus político de estar ausente", afirmou, prevendo, contudo, que "quase a totalidade" dos deputados comparecerão.
O peemedebista voltou a dizer que fará a chamada dos deputados por Estado de acordo com o regimento. Nos bastidores, fala-se que o peemedebista chamará primeiros os Estados que votam a favor do impeachment, para tentar influenciar a decisão dos outros que tendem a votar contra.
Cunha ainda rebateu a tese de governistas de que ele deveria seguir o modelo adotado na votação do impeachment de Collor. Segundo ele, naquela época, não havia previsão regimental de chamada, que só foi estabelecida dois meses após a votação.
"Essa historia de criar confusão sobre a ordem de chamada é porque talvez esteja com dificuldade de voto, ai consequentemente quer disfarçar para criar uma celeuma qualquer. Então, vai ser aquilo que regimento prevê interpretado forma correta", disse..