Quando foi anunciado o resultado, no plenário lotado e abafado, deputados oposicionistas, que sempre demonstraram certeza de vitória, subiram em cima das cadeiras para registrar o telão com o resultado final.
"Cadê a mulher?", gritou a deputada Moema Gramacho (PT-BA) quando o único deputado do PMB, Partido da Mulher Brasileira, Welliton Prado (MG), anunciou o voto a favor do impeachment. Um dos vice-líderes do governo, Silvio Costa (PT do B-PE) bradava contra o vice-presidente Michel Temer: "Ele ficará conhecido como o maior traidor da história do País". A oposição reagiu com ironia. "O dia já vem raiando, meu bem, a Dilma está indo embora", cantaram os deputados eufóricos.
Jovair e Cardozo se encararam várias vezes. "Esse relatório é a demonstração de que não há crime de responsabilidade", disse o ministro. O relator havia apontado, minutos antes, operações "capciosas" na política fiscal de Dilma. "Os atos ocorreram com conhecimento e anuência da denunciada", afirmou Jovair.
A primeira briga do dia aconteceu antes das 10h, quando a sessão nem sequer havia começado. O motivo foi a fila para registro da presença. De um lado, estavam os deputados Carlos Marun (PMDB-MS) e Vitor Valim (PMDB-CE), favoráveis ao impeachment, e de outro, Orlando Silva (PC do B-SP) e Hildo Rocha (PMDB-MA), aliados da presidente. "Vocês não respeitam nem a fila, não vão respeitar o Brasil. Comunista é que é golpista", protestou Marun dirigindo-se a Orlando Silva. "Comunista graças a Deus", respondeu o deputado paulista.