Brasília – Deputados da ala oposicionista do PP e líderes de outros partidos da oposição na Câmara deram como certo, no início da tarde desta terça-feira, que a bancada do PP deverá fechar posição a favor do impeachment da presidente Dilma Rousseff durante reunião marcada para 16 horas desta terça-feira. O encontro foi convocado pelo líder do PP na Casa, Aguinaldo Ribeiro (PB), após rápida reunião da bancada pela manhã.
Da ala oposicionista do PP, o deputado Jerônmio Goergen (RS) disse que, pela suas contas, dos 51 deputados da legenda, 47 defenderão o impeachment e apenas quatro devem apoiar o governo durante a reunião. "Isso vai de acordo com a maioria do partido", afirmou o parlamentar. Segundo ele, não haverá, contudo, punição a quem não seguir a posição majoritária.
O líder do PSDB na Câmara, Antônio Imbassahy (BA), confirmou a tese de Goergen. "Pelas conversas que estamos tendo com companheiros do PP, muito provavelmente a bancada do partido na Câmara vai tomar hoje uma posição favorável ao impeachment. Praticamente isso decide o processo", afirmou o parlamentar.
Embora oficialmente adote o discurso de que a bancada do PP está "dividida", Aguinaldo Ribeiro já sinalizou a aliados que há grandes chances de a posição majoritária da bancada ser, de fato, a favor do impeachment. Apesar de ser contra impeachment, o líder teria garantido a parlamentares do PP que respeitará a decisão majoritária.
Oficialmente, Aguinaldo explicou que decidiu marcar a reunião, após ser pressionado tanto pela ala pró-impeachment quanto pelo grupo governista. "Vamos fazer uma avaliação e tirar uma posição majoritária", afirmou.
A decisão do PP de marcar reunião vem um dia após PR e PSD darem sinais de que podem desembarcar do governo Dilma. Na segunda-feira, o deputado Maurício Quintella (AL) deixou a liderança do PR para votar a favor do impeachment. Já o líder do PSD na Câmara, deputado Rogério Rosso (DF), votou a favor do parecer pró-impedimento na comissão especial.
As notícias surpreenderam o comando do PP, que, até então, tinha acordo com a direção do PR e do PSD para permanecerem juntos na base aliada. "Estamos avaliando o cenário", disse o presidente do PP, senador Ciro Nogueira (PI), ao Broadcast Político, sinalizando que a direção da sigla poderá voltar atrás da decisão anunciada na semana passada de permanecer no governo até a votação do impeachment no plenário..