A Mesa Diretora da Casa esclarece que as investigações não têm qualquer relação com as atividades do servidor no âmbito do Poder Legislativo local e nem com qualquer deputado distrital. A exoneração do servidor visa a dar a oportunidade ao contraditório e à ampla defesa do mesmo, afirmou a Câmara, em nota.
Gim Argello foi preso preventivamente na manhã desta terça, 12. A Lava Jato suspeita que pelo menos R$ 5,35 milhões tenham sido pagos pela UTC (R$ 5 milhões) e pela OAS (R$ 350 mil), em 2014, ao ex-senador, para obstruir CPIs da Petrobrás naquele ano.
Segundo os investigadores, Paulo Roxo, que também teve a prisão temporária decretada, seria o outro operador do ex-senador. Para a Lava Jato, ele e Valério Neves teriam a mesma atuação, deslocando-se, por diversas vezes, de Brasília/DF para São Paulo/SP, para fazer reuniões na sede da UTC com o fim de apontar a forma pela qual a propina destinada a Gim Argello deveria ser paga.
A quebra de sigilo telemático, afirmam os procuradores da força-tarefa, revelou o envio, por mensagem eletrônica em 29 de junho de 2014, a Paulo Roxo dos cartões de embarque de voo de Brasília para São Paulo, em 30 de junho de 2014, tanto dele como de Valério Neves.
Também constatado que, na referida data, Paulo Roxo contatou, em pelo menos quatro ocasiões, o terminal utilizado por Gim Argello. Os dados telefônicos também revelaram que Paulo Roxo e Valério Neves estiveram novamente em São Paulo/SP, na região onde está localizada a UTC Engenharia, na data de 3 de julho de 2014. Pela quebra de sigilo telemático, também constatado o envio de cartão de embarque de Brasília para São Paulo em 03 de julho de 2014 para Paulo Roxo.
Informou o juiz federal Sérgio Moro na decisão que determina a preventiva de Gim Argello e as temporárias de Paulo Roxo e Valério Neves.
O magistrado detalhou. Também constatado que, na referida data, Paulo Roxo contatou, em pelo menos cinco ocasiões, o terminal utilizado por Gim Argello.
Segundo Sérgio Moro, também foram identificados nos registros de entrada da UTC Engenharia os ingressos de Paulo Roxo e de Valério Neves na empreiteira em 18 de agosto de 2014. A Lava Jato apurou ainda que Valério Neves Campos foi auxiliar financeiro na campanha de Gim Argello para as eleições de 2014.
As defesas de Paulo Roxo e Valério Neves não foram localizadas. O espaço está aberto para manifestação.
Em nota oficial, a Câmara Legislativa do Distrito Federal informa que o servidor Valério Campos Neves foi exonerado, após ter conhecimento da operação da Polícia Federal, na manhã desta terça-feira (12). A Mesa Diretora da Casa esclarece que as investigações não têm qualquer relação com as atividades do servidor no âmbito do Poder Legislativo local e nem com qualquer deputado distrital. A exoneração do servidor visa a dar a oportunidade ao contraditório e à ampla defesa do mesmo..