Ele disse não se sentir enquadrado porque está comprometido com o cumprimento da lei e que "seria ótimo se esse fosse o mesmo propósito dela".
Questionado se ficaria no cargo até 2017 caso Temer assuma a presidência da República, Cunha rechaçou a hipótese de renunciar. "Não mudei minha resposta", disse.
Cunha vai anunciar até esta quarta-feira, 13, a ordem de chamada dos parlamentares no dia da votação do impeachment da presidente Dilma Rousseff. O deputado disse que está tomando cuidado para dar a interpretação correta da regra de acordo com os precedentes anteriores.
Ele negou que a ordem de chamada vá influenciar no resultado da votação. "Influenciar o quê? Todos os 513 serão chamados, todos vão exercer seu direito a voto. Você acha que alguém chegará lá influenciado por alguma coisa? () Acho isso uma bobagem", desdenhou.
A sessão de votação começa na sexta-feira pela manhã, dia em que haverá a apresentação da defesa e da acusação, além do discurso de uma hora das lideranças partidárias. Cunha ressaltou que oferecerá um advogado dativo caso o advogado-geral da União, ministro José Eduardo Cardozo, não compareça.
No sábado será a vez dos deputados inscritos falarem por três minutos cada, o que pode estender a sessão para a madrugada ou até mesmo emendar com a sessão do dia seguinte.
Cunha defendeu a votação no domingo e disse que está apenas seguindo uma sequência regimental.
"Pior é fazer isso num dia útil porque tem vida normal, as pessoas trabalhando aqui, uma Esplanada ocupada. Não vejo nenhum problema, nós não estipulamos o dia de domingo. Sempre dissemos que ao fim de 48 horas seriam três dias para fazê-lo", declarou o parlamentar, defendendo que é possível garantir a segurança do evento.
O presidente da Câmara informou que pretende colocar um telão fora da Câmara e outro dentro para que as pessoas possam acompanhar a votação.
O peemedebista justificou que a chamada em ordem alfabética foi adotada no impeachment do ex-presidente Fernando Collor porque na época não havia previsão regimental estabelecendo um rito. O regimento hoje não fala em ordem alfabética.
Temer
Sobre o vazamento do áudio onde Michel Temer fala como se o processo de impeachment já tivesse sido aprovado pela Câmara, Cunha defendeu o vice-presidente e disse que se tratou de um vazamento acidental.
"A reação me parece que não é cabível para quem fez alguma coisa acidental. Não vejo nenhum objetivo do vice-presidente de criar qualquer tipo de constrangimento. Pelo contrário, a posição dele tem sido de muito equilíbrio", afirmou..