A pista foi localizada em mensagens pelo WhatsApp trocadas em 7 de outubro de 2014 pelo então presidente da cooperativa Coaf, Cássio Chebabi, com um interlocutor identificado apenas por "Marquinhos Polícia".
A citação a Capez foi feita em meio a comentários sobre planos de expansão da organização - Marquinhos Polícia diz às 22h41 a Chebabi que "Agora vamos encher Brasília de suco".
Chebabi responde com um dado sobre as supostas relações do grupo que Alba Branca tirou de cena.
A Coaf é apontada como carro chefe das fraudes na merenda escolar. Situada no município de Bebedouro, interior de São Paulo, a cooperativa cadastrava famílias do campo para fornecimento de suco de laranja destinado à merenda escolar.
Sob direção de Cássio Chebabi, a Coaf infiltrou-se em administrações municipais e também mirava em contratos da Secretaria da Educação do governo Alckmin (PSDB). A Coaf revendia o suco de laranja a preços superfaturados para prefeituras.
Alba Branca, deflagrada em janeiro de 2016, revela que a organização mantinha elos na Assembleia Legislativa e até no Palácio dos Bandeirantes - Luiz Roberto dos Santos, o "Moita",.ex-chefe de gabinete da Casa Civil de Alckmin, e Fernando Padula, ex-chefe de gabinete da Educação, são citados na investigação.
Fernando Capez, presidente da Assembleia, foi citado pelo lobista Marcel Julio como suposto beneficiário de propinas que teriam sido destinadas para sua campanha eleitoral em 2014. Segundo Marcel Julio, que fechou acordo de delação premiada com a Procuradoria Geral de Justiça, valores foram entregues a pelo menos dois aliados de Capez - Merivaldo dos Santos e Jéter Rodrigues.
O tucano nega qualquer tipo de ligação com a organização. Capez abriu mão espontaneamente do seu sigilo bancário e fiscal - medida decretada pelo Tribunal de Justiça do Estado, instância do Judiciário que detém competência para autorizar investigação sobre deputados estaduais. O presidente da Assembleia considera "injusta" a citação a seu nome na Alba Branca..