Com isso, Smanio passa a ser, pelos próximos dois anos, o chefe do órgão responsável, dentre outros, por fiscalizar o cumprimento da lei e investigar eventuais irregularidades envolvendo agentes públicos e até políticos paulistas que não possuem prerrogativa de foro no Supremo Tribunal Federal, como vereadores e o próprio governador.
Aos 51 anos, Smanio obteve 932 votos e foi o mais votado na eleição do MP paulista realizada no sábado. Ele era candidato do antecessor no cargo, Márcio Fernando Elias Rosa, e superou seus oponentes, os procuradores Eloisa Arruda (850 votos) e Pedro Juliotti (547 votos).
De um colégio de 2.027 eleitores (promotores e procuradores), votaram 1.885 (92.99%). Os promotores podiam votar nos três nomes.
Conciliador
Apontado como um profissional conciliador, dono de temperamento sereno, mas firme em sua decisões, Smanio usou, durante sua campanha, percorrendo as Promotorias em todo o Estado, o slogan "Primeiro a diplomacia, depois a guerra."
O governador tem a prerrogativa constitucional de escolher qualquer um dos três eleitos, independentemente da colocação obtida. "O resultado (da eleição) é um reconhecimento da classe a um modelo de gestão do Ministério Público que privilegia o equilíbrio, a conciliação e o interesse público", afirmou Elias Rosa, que ficou quatro anos no posto.
Tradicionalmente, o primeiro lugar na lista é o indicado pelo Palácio dos Bandeirantes. Em duas ocasiões, porém, isso não ocorreu. Em 1996, o então governador Mário Covas escolheu o segundo da lista. Em 2012, Alckmin também escolheu o segundo colocado, Elias Rosa, que reelegeu-se em 2014.
Na semana passada, a Associação Paulista do Ministério Público (APMP) coletou mais de 550 assinaturas de promotores e procuradores de Justiça de todo o Estado para a campanha #queroomaisvotado para Procurador-Geral de Justiça.
Natural de Campinas (SP), Smanio é procurador de Justiça e integra o Ministério Público desde 1988.