As mudanças na Embratur ocorrem depois que o PMDB decidiu romper com o governo no fim de março. Tanto a Embratur quanto o Ministério do Turismo estavam sob o comando do partido. Ainda em março, o peemedebista Henrique Eduardo Alves (RN) deixou o cargo de ministro. Já o catarinense Vinicius Lummertz, também ligado à legenda, entregou a presidência da Embratur no início de abril.
Segundo fontes ouvidas ontem, a presidente Dilma Rousseff, que já estava demitindo a conta-gotas apadrinhados de ex-aliados do Planalto, vai "fazer a fila andar" e apressar as demissões. O governo quer estar com os cargos liberados já na próxima segunda-feira (18) - quando a presidente Dilma acredita que o fantasma do impeachment estará afastado com a derrubada do processo no plenário da Câmara - para poder substituir todos os demitidos, premiando os aliados fiéis.
"Aqueles que romperam com o governo e se declararam a favor do golpe serão todos exonerados", informou um interlocutor da presidente. Dilma recebeu uma romaria de políticos ontem e continuará no trabalho de "formiguinha" hoje para tentar atrair mais indecisos e reverter votos que antes eram do governo.
A conversa está sendo feita no varejo, deputado a deputado. O trabalho de convencimento, que costumeiramente não é exercido pela presidente, agora está sendo feito até por ela. Pelo menos 50 deputados e líderes partidários estiveram com Dilma em seu gabinete ao longo do dia.
Hoje, haverá nova reunião do Palácio do Planalto para reavaliar a contabilidade dos votos. O governo comemorava ter conseguido mais dois votos no final do dia de ontem e estava evitando identificá-los para impedir o assédio dos oposicionistas.