"Não acertei a volta com o governo. Na segunda-feira, a gente vê como fica", afirmou o ex-ministro em entrevista antes do início da reunião da bancada do PMDB, em que os deputados da sigla devem fechar posição majoritária a favor do impeachment de Dilma. "O governo tem que fazer uma repatriação da base depois da votação e a presidente tem que ter liberdade para reorganizar sua base", justificou.
Pansera afirmou que voltou para a Câmara para votar contra o impedimento de Dilma. Ele disse estar convencido de que a petista não cometeu crime de responsabilidade com a edição de decretos não autorizados pelo Congresso nem com as chamadas "pedaladas fiscais" - atraso no repasse do Tesouro Nacional a bancos públicos e ao INSS para pagar programas sociais.
O ex-ministro disse que comunicou sua decisão de voltar ao mandato de deputado para votar contra o impeachment ao vice-presidente Michel Temer ainda no final de março. Pansera afirmou que só não voltou antes à Câmara para concluir projetos que estavam em andamento no Ministério da Ciência e Tecnologia.
Sanções
O deputado Marcelo Castro (PMDB-PI), que também reassumiu o mandato na Câmara hoje para votar contra o impeachment de Dilma, disse que não está definido se voltará ao comando Ministério da Saúde.
"O cargo não é meu", respondeu. Castro disse não ter medo de ser punido pela direção partidária por não seguir a maioria da bancada, favorável ao afastamento da presidente. "Nunca fiquei em cima do muro, defendo voto secreto para os outros, meus votos sempre foram abertos. Não temo qualquer tipo de sanção", afirmou, ao chegar à reunião da bancada.
O deputado disse respeitar a posição dos deputados contrários ao governo. "Não tem nada de golpe, é a posição de muitos deputados", argumentou.