Os dois lados tiveram autorização para ocupar a Avenida Atlântica, mas o secretário de Segurança do Rio, José Mariano Beltrame, discute nesta quinta-feira uma possível revisão da decisão. Beltrame foi alertado pelo governador em exercício, Francisco Dornelles (PP), para "manter o bom senso" e evitar problemas de segurança.
O evento da Frente Brasil Popular está marcado para ocorrer das 9h às 13h, com dois carros de som e a presença da equipe de funk Furacão 2000, na esquina da Avenida Atlântica com a rua Xavier da Silveira. Os apoiadores do impeachment programaram a concentração às 15h na altura do Posto 5, onde fizeram manifestações anteriores. Os dois locais ficam a menos de um quilômetro de distância entre eles.
Na quarta-feira, 13, os organizadores dos dois eventos assinaram um acordo em que se comprometem a respeitar os horários estabelecidos. A Secretaria Municipal de Ordem Pública, a Guarda Municipal e a Polícia Militar assinaram o termo de compromisso. No entanto, o que foi decidido no encontro será revisto pela Secretaria de Segurança.
"Nós temos um termo de compromisso que, caso seja violado, podemos sofrer um processo. A responsabilidade de manter a ordem pública é dos órgãos de segurança", afirmou Carlos Henrique Tibiriçá, o Caíque, da Frente Brasil Popular.
Tibiriçá sustentou que domingo será um dia decisivo e disse que a orla do Rio não pode ser exclusiva dos movimentos favoráveis ao impeachment pelo fato deles sempre terem feito protestos em Copacabana ou pedido autorização para o ato primeiro.
Ele garantiu que às 13h os dois carros de som serão desligados e seguirão para a Lapa, onde farão vigília para assistir à votação.
Para Adriana Baltazar, do Vem Pra Rua, a escolha de Copacabana para um ato favorável à presidente Dilma é uma provocação. "Já fizemos cinco manifestações ali, sempre pacíficas. E eles sempre debocharam do nosso lugar, chamando de coxinha e burguês. Não faz sentido algum autorizarem os dois protestos", afirmou.
O Vem Pra Rua assinou o termo de compromisso com os órgãos de segurança do Rio, mas continua reivindicando o direito de apenas os grupos pró-impeachment usarem o espaço. "Nós entramos com o ofício antes, e a Constituição é clara que uma manifestação não pode frustrar outra previamente agendada", disse.
O Movimento Brasil Livre não assinou o documento, pois não aceitou a decisão de permitir os dois atos públicos no mesmo local. "Quem fez o ofício foi o Vem Pra Rua, então não temos legitimidade para entrar com um mandado de segurança para fazer prevalecer nosso direito. Estamos de mãos atadas e esperando que o Beltrame reveja essa autorização", afirmou Lorraine Maluf, do MBL..