O grupo promete voltar amanhã às 13h para acompanhar a sessão que debate o impeachment na Câmara. À noite, por volta das 20h, eles pretendem fazer uma vigília. A organização pediu que os manifestantes trouxessem velas brancas. A Polícia Militar informou que, do lado esquerdo, houve também um grupo de manifestantes, mas que já se dispersou.
Para garantir a segurança e evitar conflito entre manifestantes, o governo do Distrito Federal levantou uma cerca, que tem sido chamada na capital de "muro do impeachment". Além de grades, foram colocadas placas de aço de dois metros de altura. O muro se estende por cerca de um quilômetro.
Normalmente interligados, os Salões Verde (da Câmara) e Azul (do Senado) já não têm mais conexão direta. Para acessar o Senado, o transeunte precisa sair do prédio da Câmara e passar pela portaria do Senado. O procedimento é o mesmo para quem sai do Senado e quer chegar à Câmara. Os dois grupos, contra e pró-governo, estão acampados em Brasília: próximo ao Estádio Nacional fica o acampamento dos apoiadores da presidente Dilma Rousseff; o outro grupo, afastado cerca de 2 quilômetros, montou acampamento dentro do Parque da Cidade.
Dileta Correia Silva, responsável pelo acampamento contrário ao governo, disse que aguarda caravanas de 20 Estados para o acampamento. "Eu acredito que pode haver confronto. A coisa está bem complicada para o domingo. Foi feito um acordo com os dois movimentos para que o perdedor se retire pacificamente, mas há registro de que a PM encontrou armas brancas com o outro grupo", disse.
O deputado distrital Chico Vigilante (PT-DF) - o equivalente a um deputado estadual -, que participa da organização do movimento pró-governo, disse que espera que, no domingo, quando a Câmara vota o impeachment, ocorram manifestações tranquilas. Apesar disso, ele ponderou que o conflito é inevitável, mesmo com o muro que separa a Esplanada. "Por nós, vai ser tranquilo, mas, se houver provocação, vai ter resposta", garantiu. Ele também rebateu as críticas de que os manifestantes estão carregando armas. "O facão e a foice é a ferramenta do trabalhador rural, faz parte da vida dele. Nada mais natural do que ele estar com a sua ferramenta", afirmou..