A ação foi uma espécie de protesto contra as chapas de aço instaladas como principal medida de segurança para este domingo, quando 300 mil pessoas devem acompanhar a decisão da Câmara dos Deputados sobre o impeachment da presidente Dilma Rousseff. Esse discurso de polarização é muito esquizofrênico. Tivemos que pensar em outras alternativas, disse uma das participantes, Neusa Barbosa, depois de marcar um ponto para o seu time.
Dezenas de outras atividades - como pintura, estêncil, performances e colagens - ocorreriam em 12 fragmentos do muro, em um trecho logo em frente à Catedral, no Eixo Monumental de Brasília. Mas, aparentemente, há também um muro entre o governo do Distrito Federal, que havia autorizado as intervenções, e a polícia, que não permitiu a presença dos manifestantes no gramado. O gesto é nobre, mas, infelizmente , disse uma policial, orientando-os a passar para o lado de fora do cercado.
A solução foi usar um restinho de muro para realizar as intervenções.
Estamos aqui porque não nos alinhamos com nenhum dos extremos da conjuntura política. Não há só dois lados, afirmou um dos organizadores do evento, Eduardo Rombauer. O propósito também não é criticar o muro em si. Consideramos a importância da segurança, mas questionamos como o povo brasileiro chegou a esse ponto, de ser necessário um muro para evitar o pior..