O governo conseguiu nesta sexta-feira estancar a debandada de votos de deputados iniciada na terça-feira passada com a saída do PP da base. A oposição, no entanto, permanecia, segundo o Placar do Impeachment do Estado, com o total de apoios necessários para aprovar o impeachment da presidente Dilma Rousseff na sessão prevista para amanhã, no plenário da Câmara.
Apesar do esforço concentrado dos governistas, a oposição à presidente Dilma ainda se diz confiante de que o impeachment será aprovado neste domingo. De acordo com líderes oposicionistas, o assédio do Planalto aos deputados inclui promessas de cargos e cobranças de compromissos assumidos no passado.
O vice-presidente da República, Michel Temer, anunciou que acompanhará a votação em São Paulo, onde fará reuniões com vistas à formação de um futuro governo caso Dilma Rousseff venha a ser afastada pelo Congresso. Na Câmara, teve início ontem a primeira sessão que debaterá e analisará o impeachment de Dilma. A votação deve ocorrer neste sábado, 16, à noite.
Dilma cancelou um pronunciamento que faria na noite dessa sexta, 15, em cadeia de rádio e televisão. Ela foi aconselhada a desistir por questões jurídicas e pelo temor de um novo panelaço. De acordo com assessores e parlamentares que estiveram com Lula ontem em um hotel de Brasília, o ex-presidente tem feito uma avaliação "realista" sobre a votação na Câmara e não dá a disputa por perdida, mas reconhece uma enorme dificuldade.
Embora não tenha desistido, o ex-presidente tem manifestado inconformismo em relação à crise política e apontado os erros de Dilma Rousseff na condução do processo. Como reação ao impeachment, movimentos sociais fecharam rodovias em todo o País.