PPS, DEM, PTB, PSDB e PSC acusam o governo de praticar corrupção ativa, corrupção passiva e desvio de finalidade.
Os partidos apontam como provas desses crimes a oferta de cargos e nomeações publicadas no Diário Oficial da União (DOU) nos últimos dias, a atuação nas negociações de ministros, dos governadores de Ceará, Maranhão, Paraíba, Piauí e Bahia, além do ex-presidente Lula. Eles também apontam como indício de compra de votos a transferência de terras da União para o Governo do Amapá, Estado de maioria dos votos não declarados.
"O Diário Oficial amanheceu recheado de nomeações. Isso é a utilização abusiva da máquina pública para tentar reverter o processo de impeachment", disse o líder do DEM, Pauderney Avelino (AM).
"É um absurdo. Está usando a máquina pública de forma desavergonhada, liberando recursos federais, cargos, verbas para Estados e municípios só para converter votos. Estamos vivendo um clima de certa tensão porque a intimidação provocada pelo governo, o jogo sujo e pesado do governo e da presidente Dilma é uma coisa absurda", afirmou.
Votos
Apesar de oficialmente assegurar que continua tendo mais de 342 votos para aprovar o impeachment da presidente Dilma Rousseff na Câmara dos Deputados, parte da oposição já mudou o tom do discurso outrora de certeza em relação a aprovação do atual processo de impedimento da petista.
Da ala pró-impeachment do PMDB, o deputado federal Mauro Pereira (RS) afirmou na sexta-feira, 15, que, se o processo de impeachment de Dilma em análise não for aprovado, a oposição pressionará o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), a autorizar a abertura de um novo pedido. "Se não aprovar esse, não tem problema. Tem o da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil)", afirmou Pereira ao Broadcast Político.
A OAB acusa a petista de crime de responsabilidade por, segundo a instituição, tentar interferir nas investigações da Operação Lava Jato - inclusive com a nomeação do ex-presidente Lula, que é investigado, para o comando da Casa Civil - e por conceder renúncia fiscal à Fica para realização da Copa do Mundo de 2014.
A favor do impeachment, o deputado Jerônimo Goergen (PP-RS) também flexibilizou o discurso. "Se der 341 votos para nós, ela não vai ter a menor condição de continuar governando", disse, garantindo, contudo, que a oposição continua tendo votos suficientes. "Dando tudo errado, vamos ter 300 votos", disse..