"Nós estamos muito tranquilos. Os partidos estão firmes. Não é uma votação individual, de cada parlamentar. Acho muito difícil qualquer parlamentar ter a condição de se esconder e não vir votar", disse Jucá. "Os deputados que faltarem estarão frustrando seus eleitores e suas famílias", completou.
Jucá deu as declarações ao chegar ao Palácio do Jaburu para se encontrar com o vice-presidente Michel Temer. Ele reconheceu que o governo não vai desistir de evitar o impeachment. "Não esperaria que eles (do governo) se entregassem.
O senador comentou a mudança de votos de alguns deputados que decidiram, nas últimas horas, ficar com Dilma sob o argumento de que o afastamento dela significaria um vitória do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ). "(Eram esperados) esses votos que já viraram independentes. 'Dilma nem Cunha' não serão realmente. Será Temer", disse, numa referência ao slogan criado pelos governistas para esvaziar o plenário.
Jucá criticou Dilma por ter insinuado que Temer pretende cortar programas sociais, como o Bolsa Família. Como o vice havia feito mais cedo, ele classificou como "mentira" a fala da presidente. "Aliás, de 2014 para cá, o que é mentira já foi desmascarado. O que eles (o governo) estão dizendo agora é um repeteco da campanha do que não cumpriram", disse.
Segundo Jucá, Temer deve passar o domingo no Palácio do Jaburu. "Ele está muito tranquilo. É um homem muito experiente. E a sociedade sabe separar o que é verdade e o que é mentira", disse. "Quem souber ganhar vai precisar grandeza para administrar. Quem perder vai precisar grandeza para perder", finalizou.
Cid Gomes
Ao visitar Dilma no começo da noite no Palácio da Alvorada, o ex-governador do Ceará, Cid Gomes (PDT) afirmou que ela acredita que poderá barrar o impeachment.
Apesar de lutar para evitar o afastamento de Dilma, Cid - que foi ministro da Educação de janeiro a março de 2015 - criticou o governo do PT. "Para mim a Dilma é séria, (mas) o governo está no fundo do poço", avaliou.
Ele, porém, justificou por que é contra o impeachment. "A gente tem de defender um valor democrático. Um mandato é uma coisa consagrada pela população. E o mandato só pode ser retirado se houver crime, roubo", disse Cid..