São Paulo, 17 - As eleições de 2018 começam nesta segunda-feira, 18, para o PT, afirmou a socióloga e fundadora do Instituto Patrícia Galvão, Fátima Pacheco Jordão, à Rádio Estadão. "Vamos entrar em 2018 amanhã. As eleições de 2016 vão ser de ajustes, de troca de partidos. O PT e seu núcleo só pensará a partir de amanhã em 2018", afirmou a especialista, caso o impeachment seja aprovado na Câmara.
Já o sociólogo Rogério Baptistini Mendes, professor da Universidade Mackenzie, acredita que o governo tem uma "carta na manga" e agirá para judicializar a questão. "Virá uma enxurrada de recursos a serem julgados pelos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) tornando ainda mais confusa a situação política, levando uma judicialização maior", disse.
Os dois especialistas acreditam que há uma tendência em aumentar as manifestações pedindo novas eleições, a partir desta segunda. "Para o conjunto da sociedade, segundo as pesquisas, impeachment é pouco", afirmou Fátima. "O pedido pode vir de protestos a favor do governo", completou Mendes. "Vamos ter dos movimentos organizados aliados ao PT movimentação um pouco mais radical de se colocar como vítima e se mobilizar em grandes cidades, mas isso vai ser condenado pela ampla maioria da população", declarou o professor.
Sobre a iniciativa levantada por um grupo de seis senadores de protocolar uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) no Congresso pedindo a antecipação das eleições presidenciais em outubro deste ano, Mendes afirmou que a ideia pode ser entendida como um "golpe". "Precisamos esperar, torcer para que o vice (Michel Temer, se assumir) consiga montar uma boa equipe. Antecipar eleições me parece casuísmo e não está previsto na Constituição. Isso sim me parece um golpe", disse. A proposta parte de Randolfe Rodrigues (Rede), João Capiberibe (PSB-AP), Lídice da Mata (PSB-BA), Paulo Paim (PT-RS), Cristovam Buarque (PPS-DF) e Walter Pinheiro (ex-PT-BA, agora sem partido).