Logo após a Câmara dos Deputados aprovar a admissibilidade do processo de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff (PT), uma romaria de parlamentares chegou ao Palácio do Jaburu, residência oficial do vice-presidente da República, Michel Temer (PMDB), para cumprimentá-lo e já traçar a estratégia para a tramitação do processo no Senado.
Entre os mais enfáticos, o deputado Carlos Marun (PMDB-MS) disse que Dilma já tinha sido deposta pelas ruas, agora foi deposta pelos deputados e que deveria ter grandeza de renunciar "para que o País não fique 30 dias sem governo", numa referência ao tempo estimado para que o Senado vote o afastamento dela.
O deputado Leonardo Quintão (PMDB-MG) curiosamente adotou o mesmo discurso pregado pela presidente e seus aliados durante a semana passada e afirmou que é hora de uma recomposição em busca de um governo de coalizão comandado por Temer. Ele fez questão de afirmar que levava para Temer o placar com os 367 votos favoráveis ao processo contra a presidente, mesmo número que prometera entregar ao vice-presidente ontem.
Já o deputado Hugo Mota (PMDB-PB) adotou discurso semelhante e avaliou não ser a hora de comemorar a vitória e nem de dar os parabéns para Temer, mas sim de avaliar os próximos passos. "O momento é de conduzir o processo de união nacional", explicou.