A imprensa argentina considera provável a destituição da presidente e incerto o futuro do Brasil, marcado pela divisão política, uma recessão histórica e nas mãos de uma oposição cujos principais membros também são questionados por corrupção.
“Rotundo voto contra Dilma aproxima da destituição”, diz o jornal Clarin, ao destacar que o processo de impeachment pode ainda durar seis meses e que a votação na Câmara dos Deputados, nesse domingo (17), foi marcada pela “divisão e pelo clima crispado , dentro e fora do Parlamento”.
Para o jornal Página 12, o Brasil viveu um virtual golpe institucional, presidido pelo político mais denunciado por corrupção .
La Nacion, também da Argentina, diz que “Dilma Rousseff ficou à beira do julgamento político”. Segundo o jornal, a crise no Brasil está longe de acabar e o país se encontra com “uma presidente na porta da saída de emergência, um Congresso que festeja com euforia o trauma político que divide o país, um oficialismo que define como golpe um procedimento previsto pela Constituição e um eventual novo mandatário também suspeito de corrupção”. Em resumo, o país vive três crises de uma só vez: econômica, política e moral.
A imprensa chilena também destacou a divisão no Brasil. “Luz verde ao julgamento politico contra Dilma e o Brasil se parte em dois”, anunciou o jornal La Tercera. Segundo o El Mercurio, ao votarem a favor do impeachment, os deputados federais brasileiros “deixaram à beira do precipício a experiência mais emblemática do ciclo de governos de esquerda da América Latina”.
Os jornais ABC Color, do Paraguai, e El Pais, do Uruguai, também noticiaram na primeira página a derrota de Dilma Rousseff na Câmara dos Deputados e a continuação do processo de impeachment no Senado.
O terremoto no Equador foi o principal destaque no canal de televisão Telesur. O impeachment ficou em segundo lugar, com o anúncio da derrota de Dilma na Câmara dos Deputados e as incógnitas do futuro.