Depois da votação na Câmara da admissibilidade do impeachment da presidente Dilma Russeff, nesse domingo (17), o clima é de tranquilidade nas ruas de Belo Horizonte. A Praça da Estação, que foi palco da manifestação contra o impeachment, voltou à rotina nesta segunda. Na Praça da Liberdade, o clima também é de calmaria. As opiniões, no entanto, permanecem divididas.
Para o agente de viagens Ernani Martins, a cidade amanheceu serena e a aprovação do impeachment na Câmara é uma oportunidade única para o país dar uma reviravolta e demonstrar o seu valor. "O país é nosso e não desses políticos. Acho que o cidadão vai aprender a votar", disse. Sobre os discursos dos deputados, que ganharam as redes sociais e rapidamente se transformaram em memes, ele acredita que tudo não passa de estratégia, já que este será um ano de eleições. "Eles já estão pensando nas eleições que acontecem daqui a pouco e estão pensando no seu nome com os seus eleitores".
Para as professoras Rita Schultz, Cristina Sabahira e Consuelo Venâncio, o clima é de insegurança. "Não sei se vai melhorar. Achei um circo o modo como eles colocaram os votos", comentou Consuelo.
"Quem estava presidindo a votação não tinha credibilidade e é um político corrupto. A cara dele era sarcástica e parecia que estava rindo do povo brasileiro", acrescentou Rita.
A dúvida para Cristina é quanto à sucessão. "Quem vem na sequência? Nessa linha sucessória não tem quem preste", afirmou.
Para as professoras a solução seria uma nova eleição. "O impeachment vai acabar privilegiando quem não deveria", diz Consuelo. "Precisamos saber se a população está de fato entendendo toda essa manobra política e se tem clareza", ponderou Cristina.
