Em conversas com integrantes da cúpula do PMDB o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), ressaltou que é preciso ter “cautela” e que o trâmite do processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff na Casa deve seguir estritamente o que prevê o regimento para se evitar a judicialização por parte do governo. A previsão dos senadores, colocada na ponta do lápis na reunião, é de que a votação do processo de impeachment, no plenário do Senado, ocorra apenas no dia 21 de setembro, uma quarta-feira.
Renan esteve reunido ao longo da segunda-feira na residência oficial do Senado com o presidente do PMDB em exercício, senador Romero Jucá (RR), e o líder do PMDB do Senado, Eunício Oliveira (CE). O encontro ocorreu menos de um dia após a Câmara aprovar o processo de afastamento da petista. Nos cálculos de Renan, Jucá e Eunício, a comissão especial, que deverá ser montada no Senado para votar a admissibilidade do processo de impeachment, deve concluir os trabalhos em 10 de maio. Admitido o processo, a presidente Dilma é imediatamente afastada do cargo.
Ontem à tarde, Renan recebeu o processo de impeachment contra Dilma do presidente da Câmara Eduardo Cunha (PMDB-RJ), com quem se reuniu à tarde. Cunha pediu a Renan um rito rápido no Senado para não evitar “paralisia do país”. A leitura da decisão da Câmara autorizando o Senado a abrir o processo será feita hoje em plenário. Porém, os prazos para a criação da comissão podem virar uma guerra.
Rito conjunto Renan ainda se encontrou com a presidente Dilma ontem. E, no fim da tarde, se reuniu com o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Ricardo Lewandowski. Após o encontro, Renan e Lewandowski afirmaram que vão definir juntos o rito que deverá ser seguido durante a análise do processo de impeachment de Dilma. Lewandowski afirmou que eles vão “traçar um roteiro de comum acordo”, que vai ter como parâmetro as regras do regimento interno do Senado, a lei do impeachment de 1950, as definições do Supremo sobre o assunto, além do que aconteceu durante o processo de afastamento de Fernando Collor de Mello em 1992..