Sete em cada dez dos deputados que demoraram a se posicionar sobre o impeachment de Dilma Rousseff acabaram por se alinhar à oposição, ajudando a aprovar, na sessão de domingo, 17, a abertura do processo que pode interromper o mandato da presidente. Do dia 6 de abril até o domingo da votação, O Estado de S. Paulo publicou diariamente o Placar do Impeachment, com a posição dos 513 deputados sobre o processo.
Ao longo do levantamento, cerca de 25% dos consultados se declararam indecisos ou não quiseram revelar sua tendência de voto em determinado momento. Pouco a pouco, porém, a maioria desceu do "muro" e se posicionou abertamente. No decorrer das publicações do placar, o número de indecisos ou dos que não quiseram responder caiu de 134 para apenas 28. Isso representou uma redução de quase 80% no número de indefinidos no decorrer de 13 dias.
No primeiro dia, o grupo de indefinidos incluía os deputados não localizados pela reportagem. A partir de então, essa parcela passou a se referir apenas aos indecisos e aos que não responderam ao questionamento do jornal.
Tanto o grupo pró quanto o contra o impeachment cresceram ao longo do tempo. Mas a parcela contrária à presidente "engordou" de forma mais acentuada.
Precisão
A comparação entre os dados do Placar do Impeachment e os da votação do domingo mostra que a taxa de acerto no levantamento da reportagem foi de 99%. Os 100% só não foram atingidos porque alguns deputados mudaram de lado na última hora.
Dos 350 deputados que haviam se declarado favoráveis ao impeachment, todos, de fato, acabaram votando pela abertura do processo contra a presidente. Do outro lado, dos 133 que se apresentaram como contrários ao impeachment, 129 confirmaram essa posição ao votar. Dois acabaram mudando de lado, ao votar "sim", e outros dois se abstiveram.