"Acho que o problema está dado no momento em que a nomeação foi sustada, a meu ver sem razão jurídica para isso.
Com o adiamento, a Corte pode não julgar a situação do ex-presidente antes da definição do Senado sobre um eventual afastamento da presidente Dilma Rousseff em razão do avanço do processo de impeachment da petista no Congresso. A definição por parte dos senadores sobre a instauração do processo de impedimento da presidente, que pode afastá-la do cargo, deve ocorrer em maio.
O advogado de Lula, Cristiano Zanin, se disse surpreso, mas resignado com a decisão do STF. "O Supremo é que tem de decidir o momento certo. O adiamento não é prejudicial para ele (Lula). Essa análise é a presidente (Dilma) quem tem que fazer", disse.
O advogado voltou a negar que a nomeação do ex-presidente tenha tido o objetivo de retirar as investigações na Lava Jato contra ele da incumbência do juiz Sérgio Moro, em Curitiba. Zanin, no entanto, evitou falar em "excesso de calma" do Supremo em analisar o caso.
O adiamento foi solicitado pelo ministro Teori Zavascki, que argumentou ser relator de duas ações que também questionam a posse do ex-presidente na Casa Civil.