Meirelles é o dono formal das indústrias de medicamentos Labogen e Piroquimica. Elas participaram do esquema de tentativa de contrato milionário com o Ministério da Saúde, que envolveu o ex-vice-presidente da Câmara dos Deputados André Vargas (ex-PT, hoje sem partido/PR), o doleiro Youssef e o ex-ministro do governo Collor Pedro Paulo Leoni Bergamaschi, o PP, do grupo GPI Investimentos.
O doleiro disse que movimentou cerca de US$ 140 milhões no exterior a pedido de Youssef. Leonardo Meirelles afirmou ter ouvido do doleiro, durante almoço informal, que o presidente da Câmara, deputado Eduardo Cunha (PMDB/RJ), foi destinatário de uma propina de US$ 5 milhões. Leonardo Meirelles foi intimado para depor na Justiça Federal no Paraná no dia 9 de maio.
Leonardo Meirelles depôs em 7 de abril como testemunha de acusação no processo por quebra de decoro parlamentar contra o presidente da Câmara no Conselho de Ética da Casa. Na sessão, ele reafirmou que o doleiro Alberto Youssef havia confirmado a ele que repassou cerca de US$ 5 milhões ao presidente da Casa a mando do lobista Júlio Camargo. Segundo Meirelles, esse montante, contudo, foi repassado em espécie.
No depoimento, o doleiro afirmou não ter a princípio conhecimento de ter feito transferências bancárias de contas de suas empresas para contas do presidente da Câmara no exterior.
Cunha é alvo de processo no Conselho e Ética sob acusação de ter mentido justamente que não tinha contas secretas no exterior, durante depoimento à CPI da Petrobras na Câmara em 2015. Investigações da Lava Jato, contudo, apontam que o peemedebista possui contas na Suíça, que foram supostamente abastecidas por recursos desviados da petrolífera.
Eduardo Cunha nega taxativamente recebimento de propina. Após o depoimento de Meirelles, o deputado disse que o depoimento do doleiro no Conselho de Ética da Casa foi absolutamente desnecessário. Segundo o peemedebista, Meirelles não trouxe nenhum fato novo..