O deputado José Carlos Aleluia (DEM-BA) declarou que o pronunciamento "foi perfeito" e prevaleceu o "bom senso".
Aleluia e o deputado do deputado Luiz Lauro Filho (PSB-SP) viajaram a Nova York por determinação do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), para acompanhar o pronunciamento de Dilma. Para Aleluia, a presença deles na ONU "seguramente teve influência" na decisão da presidente de não atacar as instituições brasileiras.
Ambos viajaram de classe executiva e estão recebendo uma diária de US$ 300. A hospedagem no hotel Mariott East Side também é custeada pelos cofres públicos. A Câmara dos Deputados alega falta de recursos para não convocar o lobista Fernando Baiano para depor no pedido de cassação de Cunha.
Aleluia disse que o gasto foi justificável, enquanto Lauro Filho considerou "estranho" o argumento de falta de recursos para a não convocação. "O orçamento é o mesmo e há recursos para enviar parlamentares a Nova York", disse. "O depoimento de Fernando Baiano é importante e ele tem que ser convocado." O deputado do DEM disse que não viajaria a Nova York de classe econômica.
Segundo os dois parlamentares, a missão do Brasil na ONU informou inicialmente que não poderia credenciá-los para a cerimônia de assinatura do Acordo de Paris sobre mudança climática, que teve a participação de Dilma. "Prefiro acreditar que o embaixador tenha cometido um equívoco", disse Aleluia se referindo ao representante do Brasil na instituição, Antonio Patriota.
Os dois deputados também justificaram a ida a Nova York pela necessidade de apresentar à imprensa estrangeira a versão da oposição sobre o processo de impeachment de Dilma. Aleluia afirmou que o rito obedece à Constituição brasileira e prevê o amplo direito de defesa da presidente. "Se ela mentir, nós refutaremos. Até agora ela não mentiu." Aleluia disse que concedeu entrevista por telefone ao jornal The New York Times e falou com a CNN em frente à ONU. "As pessoas nos Estados Unidos estão entendendo que o que acontece no Brasil é um processo constitucional.".