"Quem assumirá os destinos do país? Pessoas ilegítimas, pessoas que não tiveram um voto para presidente da República? Pessoas que têm na sua trajetória acusação de lavagem de dinheiro, de conta no exterior, de processo de corrupção?", questionou Dilma durante a entrevista. Perguntada sobre como toda essa situação está afetando sua família, a presidente disse que preferia não comentar. "Não posso falar porque dói, dói muito."
Dilma falou em diversos momentos de sua entrevista, que durou cerca de 25 minutos, sobre o que ela chama de golpe para caracterizar o processo de impeachment que sofre no Congresso. "Aí falam que não é golpe. Não tem arma. Essa é uma visão incorreta do que é um golpe. Golpe é um mecanismo pela qual você tira as pessoas do poder por razões que não estão expressas nem na lei nem no acordo institucional em que o país vive", disse a presidente.
Os golpes militares, disse Dilma, se deram rompendo a Constituição.
"A coisa mais escutada no Brasil é que o impeachment no Brasil é político. Não é político não, é político e jurídico", afirmou Dilma. "Ninguém pode olhar para um presidente e dizer 'não gostei, então agora encerrou tudo, vou assumir o poder de forma indireta, sem eleição direta'. Outro dia falaram que isso é uma vitimização. Vitimização, não", disse ela, mencionando que o processo é infundado e que não cometeu crime de responsabilidade..