"Acho que foi adequado, nada mais do que isso", disse Temer, que está no exercício da Presidência da República, diante da viagem de Dilma. Temer preferiu, no entanto, não usar o gabinete da Presidência da República e despachar de seu próprio gabinete, no prédio anexo ao Palácio do Planalto.
Desde o começo da semana, Temer procurou responder às acusações de que há um golpe em curso no país por causa do processo de afastamento de Dilma. Para ele, o objetivo do governo é desqualificá-lo, já que, caso o processo seja aprovado, ele assumiria o cargo.
"Acho que o Brasil não merece desqualificação e eventuais agressões à vice-presidência", afirmou. "Não é coisa do vice-presidente, mas é coisa do Brasil." Temer ressaltou ainda que vai esperar a decisão do Senado, que precisa referendar o afastamento autorizado pela Câmara. "Vou aguardar silenciosa e respeitosamente a decisão do Senado. Antes disso, não posso dizer nada", disse Temer.
No últimos dias, Temer concedeu entrevistas ao Financial Times, Wall Street Journal e The New York Times. Na maior parte das vezes, ele afirmou que o processo de impeachment no Brasil tem sido acompanhado de perto pelo Supremo Tribunal Federal (STF), tribunal responsável por zelar a Constituição.
"Fui provocado para dar aquelas entrevistas e achei que deveria dizer alguma coisa à imprensa internacional", disse.