O deputado Jair Bolsonaro (PSC-RJ) certamente dispensa apresentações, mas vamos recapitular brevemente. Trata-se do parlamentar que, em 17 de abril, dedicou seu voto (a favor da abertura do processo de impeachment da presidente) ao General Carlos Alberto Brilhante Ustra, em suas palavras, "o terror de Dilma Rousseff".
Vale também recuperar a bio de Ustra segundo as palavras, relatos e documentos de centenas de vítimas da ditadura militar. Estes o caracterizam como o general - único oficialmente reconhecido pelo estado brasileiro como torturador - que não temia utilizar técnicas "avançadas" de sevícia, como inserção de ratos e até baratas dentro das vaginas das mulheres que interrogava.
Pois é a Bolsonaro que milhares de eleitores usuários do Twitter decidiram render homenagens por mais de 24 horas seguidas. A hashtag #BolsonaroPresidente está entre as mais populares nos trending topics mundiais desde a manhã ontem, fenômeno impulsionado pela divulgação de uma pesquisa do Instituto Ibope sobre as preferências do eleitorado diante da possibilidade de impeachment de Dilma.
Realizado entre 14 de 18 de abril, em 142 municípios, o levantamento mostra o deputado pontuando pela primeira vez entre as intenções de voto, com significativos 11%.
Isso, claro, na hipótese de o Senado decidir pelo impedimento da presidente e, à este processo, se seguirem eleições gerais - o que é o desejo de 62% dos entrevistados - contra 25% porcento de opiniões à favor da permanência da atual mandatária, e 8% de simpatia pela posse do vice Michel Temer como solução para a crise política.
É Mariana Silva (REDE), contudo, quem continua liderando as pesquisas, com 39% dos votos. Em segundo lugar vem o ex-presidente Lula, com 31%; seguido pelo senador Aécio Neves (PSDB-MG), com 30%. O quarto do ranking é o Governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB-SP), com 28% das escolhas e, finalmente, o Senador José Serra (PSDB-SP), citado como favorito por 24% dos eleitores.
O estudo detectou ainda o índice de rejeição de cada um dos presidenciaveis e, nesse quesito, Bolsonaro é quem sai na frente, com 34% de repulsa entre os votantes consultados, índice menor que os 65% registrados em relação a Lula a e os 46% dirigidos à Marina.
A reprovação do congressista que cumpre o 6º mandato na Câmara, famoso ainda pelos constantes conflitos com Jean Wyllys (PSOL-RJ), outro membro da casa, também está expressa no Twitter. Surprende, entretanto, a abundância de exaltações ao político feitas por meio da tag #BolsonaroPresidente, sobretudo após as duras críticas que ele recebeu pelo ao tributo feito, há dois domingos, ao ex-chefe do DOI-Codi de São Paulo, a quem são atribuidos pelo menos 45 mortes e desaparecimentos forçados.
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