"Uma comissão que começa assim, começa mal", afirmou Costa, fazendo um apelo pela escolha de outro nome. "Não é nada pessoal, temos respeito pelo senador Anastasia, mas ele não é o único senador capaz". O petista voltou a declarar que acha "impróprio" que o relator seja "alguém que é parte vinculada à bancada que quer o impeachment".
Costa pediu à comissão, ainda, que "não se repita o espetáculo vexatório que vimos na Câmara", referindo-se à votação do impeachment pelos deputados, no último dia 17.
O presidente da comissão, Raimundo Lira (PMDB-PB), negou pedido de aliados do governo para substituir Anastasia na relatoria do caso. Em sua primeira ação à frente do colegiado, Lira justificou a decisão. "Teríamos que, por assim ser, impedir que senadores da base relatem quaisquer matérias do governo e vice-versa", argumentou.
Segundo ele, a interpretação de que o senador estaria impedido de relatar o processo por seu partido fazer oposição ao governo seria uma extrapolação do regimento interno do Senado. O questionamento feito pela senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR) argumentava que, a exemplo do que é feito no Conselho de Ética, que avalia processos de cassação de senadores, o processo não deveria ser relatado por senadores do partido do representado ou do representante.
Lira também recusou o questionamento da senadora Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM), que argumentou que o PSDB é parte direta no processo de afastamento, já que o partido assinou o pedido de impeachment dos juristas Hélio Bicudo, Miguel Reale Junior e Janaína Paschoal, quando o PSDB foi representado pelo advogado Flávio Henrique Costa Pereira.
O presidente da comissão de impeachment não entendeu que, no momento do pedido de impeachment, Flávio Henrique Costa Pereira agisse como advogado do PSDB, mas sim como advogado dos autores do processo de impeachment, que não são filiados ao PSDB.