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Estado de Minas

Em Salvador, presidente Dilma critica propostas de um eventual governo do PMDB


postado em 26/04/2016 14:43 / atualizado em 26/04/2016 14:55

(foto: Roberto Stuckert Filho/ PR)
(foto: Roberto Stuckert Filho/ PR)
O ato de entrega de unidades da Minha Casa Minha Vida, em Salvador, nesta terça-feira, 26, se transformou numa trincheira para a presidente Dilma Rousseff. Em um dos mais fortes discursos desde que foi admitida a abertura do processo na Câmara, no dia 17, Dilma defendeu a legitimidade de seu mandato, acusou adversários de golpistas e corruptos e criticou indiretamente o programa "Uma Ponte para o Futuro", elaborado pelo PMDB com diretrizes para a macroeconomia a serem aplicadas num eventual governo do vice Michel Temer.

Em pouco mais de 30 minutos de discurso, Dilma repetiu que "há um golpe em curso no País", afirmando mais uma vez que não cometeu crime de responsabilidade. "Sou acusada de algo que é praticado no País desde 1994. Até 2013 não era crime. Em 2014 virou crime e 2015 virou crime", disse.

Sem citar nomes, a presidente afirmou que "o mais estranho é que quem me julga é corrupto". "Não acharam nenhum outro motivo, como aqueles que me acusam praticaram, como crimes de corrupção. O mais estranho é que quem me julga é corrupto. Essa pessoa, que é o presidente da Câmara, todo mundo sabe que tem conta no exterior, que tem diversos processos na Justiça", disse. Neste momento, a militância passou a gritar "Fora Cunha" e "ai ai ai ai, empurra o Cunha que ele cai".

A presidente repetiu ainda que o "golpe" em curso é uma "tentativa de eleição indireta" feita por quem não tem voto. Em uma referência indireta ao vice Michel Temer, a presidente afirmou que "se eles querem chegar ao poder, e não tem crime, só tem um caminho: disputem eleições e digam para o povo o que querem".

Em outra referência indireta a Temer, a presidente disse que "querem sentar na minha cadeira sem voto". Ela afirmou que um governo que não foi eleito diretamente pelo povo não teria responsabilidade com as demandas da população. "Claro que isso é muito confortável. Você não tem que prestar contas com o povo brasileiro, não tem que dizer o que vão fazer", disse.

Foi neste momento que a presidente fez referência às diretrizes apresentadas pelo PMDB. Ela afirmou que "revisitar programas sociais é diminuir a quantidade de dinheiro que o governo federal coloca nos programas". "É aumentar muito o valor da prestação ou diminuir o número de unidades. Isso é revisitar. Querem desvincular os valores para Saúde e Educação", disse ela para uma plateia formada por beneficiários do programa Minha Casa Minha Vida.

Na cerimônia que marcou a entrega de 5.293 unidades em cinco cidades, a presidente citou o nome de cada um dos 24 deputados eleitos pela Bahia que votaram contra a admissibilidade do processo de impeachment na Câmara. "Foi o maior número de votos por federação", disse. "O Brasil me deu 54 milhões de votos e tenho certeza que a Bahia foi responsável por boa parte deles".

No discurso que precedeu o da presidente, o governador da Bahia, Rui Costa (PT), manteve o tom duro contra o processo de impeachment em curso. O petista chamou de "traidores" os deputados baianos que votaram pelo impeachment. Em um recado ao vice-presidente Michel Temer, Costa citou o vice-governador, João Leão (PR), disse que ele "é um amigo de verdade", "tem caráter e não apunhala pelas costas". Segundo ele, o sentimento é de revolta e indignação porque o povo votou na presidente e oi resultado da eleição tem que ser respeitado.


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