A ideia é visitar senadores - "todos que se dispuserem a me receber" - durante toda esta semana e a próxima. Cardozo afirmou que, após a entrega da defesa na Comissão Especial do Impeachment, remeterá aos senadores o mesmo documento, para apreciação. "Trabalho com a hipótese de que o impeachment não será aprovado", afirmou. "A ideia é fornecer subsídios aos senadores para que eles possam avaliar as teses da defesa que, ao meu juízo, são indestrutíveis do ponto de vista jurídico."
Segundo Cardozo, o senador Cristovam Buarque ouviu todos os argumentos da AGU e fez perguntas, mas não manifestou sua opinião. "Ele está buscando formular seu convencimento, o que acho absolutamente justo e seguro", contou.
Cardozo evitou falar sobre a escolha do senador Antonio Anastasia (PSDB-MG) como relator da comissão, mas declarou que se sente mais confortável com o andamento do processo no Senado, em comparação aos procedimentos da Câmara dos Deputados. Ele fez um paralelo entre as posturas dos presidentes do Senado, Renan Calheiros, e da Câmara, Eduardo Cunha: "Cunha abriu o processo por vingança, negociando para que houvesse o impeachment. Já no Senado, eu acredito que, por tudo o que vem demonstrando, Renan buscará ser imparcial, o que é evidentemente muito bom, porque o que aconteceu na Câmara foi inaceitável", criticou. Para o ministro, "os vícios e o desvio de poder que caracterizaram o processo na Câmara traduzem a nulidade do processo".
Sobre Dilma, ele voltou a dizer que a base para o impedimento da presidente é "infundada" e "contrária à Constituição Federal". "Nossos argumentos atestam a absoluta inocência de Dilma e a injustiça que seria o seu afastamento, mesmo que provisoriamente. Seria uma ruptura institucional para o País, inclusive aos olhos do mundo, que tem tirado as mesmas conclusões".
Ele ainda se disse satisfeito por poder fazer a defesa antes e depois da apresentação do relatório de Anastasia, conforme decisão da comissão. "Acho correto. A defesa sempre deve falar por último. Só na Câmara que não foi assim", criticou..