Temer recebeu líderes das centrais sindicais, que entregaram a ele uma carta com reivindicações da categoria. Na reunião realizada no Palácio do Jaburu, residência oficial do vice, os sindicalistas defenderam, por uma hora e meia, pautas como o “redirecionamento” da política econômica, com mais ações para geração de emprego e renda, o programa de renovação de frota de veículos para estimular a indústria automobilística, taxação de grandes fortunas e se posicionaram de forma contrária à perda de direitos com a reforma da Previdência. Antes da reunião com as centrais, Temer se encontrou com o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha.
Segundo o deputado Paulo Pereira da Silva, o Paulinho da Força (SD/SP), o vice-presidente teria garantido no encontro que não quer mexer nos direitos dos trabalhadores e programas sociais. “Ele deixou uma tranquilidade com relação aos direitos dos trabalhadores, com relação a questões sociais como o Bolsa-Família, Minha casa, minha vida, Pronatec.
“Ele sempre coloca na condicional, diz que ‘se o destino assim quiser’... E disse que se for, porventura, guindado à Presidência da República, vai procurar fazer um papel que sempre cumpriu na vida, que é conciliatório. Ele quer fazer um governo de reconstrução, de unidade nacional, contou Neto, da CSB. Na pauta dos sindicalistas estão a correção da tabela do Imposto de Renda, a melhoria dos benefícios pagos a aposentados e pensionistas, e uma política de valorização do salário mínimo e a taxação de grandes fortunas. Segundo o presidente da Força Sindical, Miguel Torres, com a proposta de taxar fortunas e bens de luxo, como aeronaves e embarcações, seria possível ao governo arrecadar mais de R$ 111 bilhões. “Tomadas algumas medidas, dá até para o estado ter mais de R$ 111 bilhões, (com) taxação de grandes fortunas, taxação de remessas de lucro, imposto sobre bens de muito valor como helicópteros e lanchas. É uma proposta que pode dar uma folga se ele tiver coragem de enfrentar essa situação.”
Outra medida apontada pelos sindicalistas para impulsionar a economia é o programa de renovação de frota. A proposta já foi pautada diversas vezes dentro de vários governos nos últimos 20 anos e permite aos donos de veículos com mais de 20 anos se desfazerem de seus carros e, em troca, receber uma carta de crédito para aquisição de um novo automóvel. Da última vez em que o assunto voltou à pauta, em janeiro deste ano, a Associação Nacional de Fabricantes de Veículos (Anfavea) estimava que ao menos 230 mil caminhões que rodam hoje nas estradas brasileiras têm mais de 30 anos de idade. Para os representantes das centrais, essa é uma forma de “alavancar” o setor.
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