Ruy Muniz se defende em nota

Prefeito de Montes Claros nega que tenha cometido irregularidades para favorecer seu grupo econômico

Estado de Minas

O prefeito de Montes Claros, Ruy Muniz, que foi preso no dia 18 pela Polícia Federal acusado de favorecer o hospital de seu grupo em detrimento de hospitais da cidade credenciados ao SUS, divulgou nota nesta quarta-feira em que nega as irregularidades.

Confira a nota:

"Confiando que a Justiça irá reconsiderar sua decisão quando tiver conhecimento de todos os fatos – e não apenas da versão produzida pela autoridade policial – reforçamos a nossa absoluta inocência e o compromisso com a saúde pública, gratuita e de qualidade, direito de todos. Nos dias dolorosos que correm, não se pode esquecer que a origem do conflito entre o Prefeito Ruy Muniz e os hospitais – amparados pela Polícia Federal e pelo Ministério Público - decorre do choque entre duas visões distintas e inconciliáveis a respeito do papel que cabe à Prefeitura de Montes Claros: seremos simples e omissos 'repassadores' do dinheiro ou teremos a altiva e trabalhosa responsabilidade de fiscalizar a aplicação dos recursos, verificando se os mesmos estão revertendo em benefícios concretos aos necessitados?

Ora, toda a população de Montes Claros é testemunha da melhora nos índices de atendimento durante o período em que o Município detinha a gestão plena em contraposição ao período anterior à nossa gestão e posterior a julho de 2015, quando a administração foi assumida pelo Estado de Minas Gerais. Por sua vez, qualquer gestor público detentor de conhecimento a respeito do funcionamento do Sistema Único de Saúde sabe ser simplesmente impossível, dentro da realidade dos fatos e do sistema jurídico existente, a teoria construída pela autoridade policial e encampada, sem maiores reflexões, pelo Ministério Público. Não é possível 'repassar' valores de um hospital credenciado pelo SUS para qualquer outro.


Também não é possível atribuir a crise na saúde pública de Montes Claros à nossa gestão à frente da Prefeitura pois, se assim fosse, após 10 meses de atuação do Estado, nenhum problema ainda persistiria. O Hospital Ambar, vinculado à entidade de ensino, por meio de credenciamento, teve contrato com o Município de Montes Claros por 20 meses, até julho de 2015. Nesse período, atuou apenas em procedimentos rejeitados pelos demais hospitais, recebendo 0,31% do total de valores pagos.

Como, em tal contexto, afirmar que houve favorecimento? Quando pacientes morrem por falta de médicos plantonistas para realizar atendimentos de urgência – como ocorreu em passado próximo – como afirmar que a Prefeitura deve apenas 'repassar' os valores sem fiscalizar a qualidade dos serviços prestados? Estas são as questões que submetemos à crítica e ao julgamento dos cidadãos de Montes Claros, certos de que a profunda injustiça que sofremos será revelada e reparada."

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