Aos gritos de "Fora Cunha" e "não vai ter golpe" dos presentes no evento, Dilma disse que o processo de impeachment contra ela "rouba" não apenas os 54 milhões de votos que a reelegeram em 2014, mas os 51 milhões que não votaram nela. "Milhões de brasileiros naqueles dias saíram de suas casas e colocaram os seus votos nas urnas. Todos eles terão seu voto roubado. Só tem um vencedor numa eleição, é o povo brasileiro. Por isso, não podemos desrespeitar as eleições diretas", afirmou.
Sem citar o grupo do vice-presidente Michel Temer, que costura um novo governo, Dilma afirmou que "eles" jamais vão discutir por exemplo uma legislação para a população LGBT, referindo-se a gays, lésbicas e transexuais.
"O processo de impeachment é uma meia verdade. Você faz uma meia verdade para encobrir sua mentira. Quando você faz o impeachment sem base legal, você está praticando um golpe. Golpe. É golpe", afirmou. "É claro que temos muitas formas de golpe. Temos aqueles feitos de armas nas mãos ou com tanques. O que se faz agora é com as mãos nuas, rasgando a Constituição", completou.
Antes dos afagos de Dilma à plateia formada por lideranças da área dos direitos humanos, em discurso, o jornalista Leonardo Sakamoto, que sempre atuou no combate ao trabalho escravo, lembrou das dificuldades do setor na época do governo Fernando Henrique Cardoso, demonstrou preocupação que entidades do setor sejam "caçadas" por um eventual governo de Michel Temer, mas disse que não poderia esquecer duas palavras que causaram problemas - Belo Monte -, referindo-se a uma das principais obras de infraestrutura do governo Dilma..