Meirelles afirmou ter expectativa de que o Congresso apoie a aprovação de medidas sugeridas por um eventual governo Michel Temer na área econômica. “Existe hoje uma consciência nacional que precisa restaurar o equilíbrio macroeconômico para que o Brasil volte a crescer e beneficiarmos todos os brasileiros.” Questionado por jornalistas se os juros deveriam baixar, Meirelles afirmou em tom cordial: “Isso é com o Banco Central”. Meirelles afirmou que para assegurar que o Estado brasileiro “solvente de uma forma sustentável” é preciso que a sociedade tenha confiança na macroeconomia do país.
INDÚSTRIA A Confederação Nacional da Indústria (CNI) apresentou a Temer um pacote de propostas com 36 medidas a serem implantadas no país, tão logo a crise política seja solucionada. O documento foi apresentado a Temer pelo presidente da CNI, Robson Andrade, e contém, entre outras reivindicações, a aceleração no processo de concessões em infraestrutura, a melhora das condições de crédito às empresas, o ajuste fiscal, a priorização das exportações como motor do crescimento e a realização de reformas tributária, previdenciária e trabalhista. “A saída da grave crise econômica pela qual passa o país exige a adoção de uma série de medidas na área fiscal e de aumento da competitividade. Não existe uma bala de prata ou uma mágica para melhorar o ambiente de negócios. É um conjunto de ações que, somadas à retomada do diálogo e à escolha de uma equipe eficiente, podem tirar o país da recessão”, disse o presidente da CNI, Robson Braga de Andrade.
As medidas foram formuladas a partir de conversas com empresários. Uma das grandes preocupações do setor produtivo é com a necessidade de a economia brasileira ter segurança jurídica e recuperar confiança e a credibilidade, destacou Andrade. “Apenas com a adoção dessas iniciativas, os empresários vão recuperar a confiança e voltar a investir”, diz o comunicado da CNI. Um dos pontos mais polêmicos defendidos pela indústria é a reforma trabalhista.
A Confederação Nacional da Indústria quer, por exemplo, a valorização da negociação coletiva e a regulamentação da terceirização. Na reforma tributária, a proposta é permitir a compensação de créditos entre tributos federais e a convalidação dos incentivos fiscais do ICMS — o que caberia aos governos estaduais.