Depois de reiterar que as afirmações de Delcídio são "levianas e mentirosas", a presidente Dilma disse que "é necessário investigar da onde surgem essas afirmações e comprovar".
A denúncia foi feita na antevéspera da votação de abertura da admissibilidade do impeachment na Comissão Especial no Senado e há uma semana da decisão pelo Plenário da Casa. Em sua fala, de quatro minutos, sem direito a perguntas, a presidente Dilma anunciou que vai pedir ao ministro da AGU que solicite ao STF abertura de processo para apurar esses vazamentos. Lembrou ainda que "estranhamente" houve o "vazamento de algo que, tudo indica estava sob sigilo, às vésperas do julgamento (do processo de impeachment na comissão especial) no Senado".
Com uma ficha na mão, onde leu os trechos da nota distribuída na noite de terça-feira, a presidente afirmou lamentar que, "mais uma vez, algo muito grave tenha acontecido". Em seguida, diz "o algo muito grave foi o vazamento, o vazamento de algo que pela imprensa eu tomei conhecimento, um vazamento de algo que tudo indica estava sob sigilo, que estranhamente vaza às vésperas do julgamento (do processo de impeachment na comissão especial) no Senado".
Ao reforçar que Delcídio mente, a presidente citou que ele fez o mesmo, envolvendo o nome de ministros do STF.
Janot pediu a abertura de inquérito não só contra Dilma por tentativa de obstrução da Justiça, mas também do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e do ministro-chefe da Advocacia Geral da União, José Eduardo Cardozo. Citou ainda o fato de a presidente ter nomeado Lula para ministro da Casa Civil, o que daria foro privilegiado a ele. Ao tomar conhecimento, Dilma se reuniu com Cardozo e preparou a nota. A presidente estava "indignada" com as denúncias e o vazamento.
Em sua fala desta quarta-feira, a presidente acentuou ainda que "podem ter certeza que também eu quero dizer que sempre fui a favor de investigações". E emendou: "e quero que essa seja investigada a fundo, inclusive quero saber quem é o autor ou autores do vazamento"..