Começou na tarde desta quarta-feira a sessão da Comissão Especial do Impeachment destinada á leitura do parecer do relator, senador Antônio Anastasia (PSDB/MG).
Já no início da sessão, a senadora Gleisi Hoffman (PT-PR), apresentou questão de ordem em que questionou o fato de Anastasia ter se retirado da reunião antes do fim da fala dos representantes da defesa da presidente Dilma. Segundo ela, o relator não poderia ter saído, a menos que já estivesse consciência do que teria no seu parecer. “É um julgamento já dado. Uma farsa”, disse. Ela foi contraditada pelo senador Cássio Cunha Lima (PSDB/PB), que afirmou que a questão levantada pela colega era, na verdade, um artifício para tentar adiar o resultado dos trabalhos da comissão.
Sobre a questão, o presidente da comissão, senador Raimundo Lira (PMDB/PB), negou e afirmou que devido ao avançar dos debates e por senador tucano ter permanecido a maior parte do tempo dentro do plenário, a saída não comprometeria o resultado de sua análise.
O senador petista, Lindberg Faria (RJ), questionou ainda o fato de Anastasia, segundo ele, não ter cumprido a meta de superávit fiscal durante a gestão dele em Minas. O clima ficou tumultuado, após Faria dizer que os colegas de comissão praticariam “cinismo” ao julgar a presidente por uma prática reiteradamente utilizada pelos governadores. Para contraditá-lo, o senador Ricardo Ferraço (PSDB-RJ), acusou Lindberg de “aparecer para TV”.
Logo após o desentendimento entre os dois parlamentares do Rio de Janeiro, que resultou na suspensão da sessão, outros parlamentares seguiram com debates relacionados à questões de ordem.
Relatório
Há dúvidas sobre quais aspectos da denúncia Antônio Anastasia irá considerar no relatório. Enquanto os próprios colegas de partido pressionavam para que ele incluísse questões da Operação Lava-Jato, Anastasia preferia limitar o parecer às denúncias já aceitas na Câmara dos Deputados e evitar qualquer politização do relatório. O parecer será publicado no site do Senado Federal tão logo se inicie a sessão.